segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Can - Future Days (1973)


Lançado como o quinto álbum do grupo, na minha opinião este é um dos melhores discos da banda. O grupo juntou vários elementos do rock, e principalmente do krautrock, e criaram uma obra prima desse estilo experimental alemão. No ínicio do álbum, a canção "Future Days" é capaz de deixar todos muito relaxados com o toque sútil dos instrumentos, ainda mais com Damo Suzuki e sua voz incomparável. Logo depois há um certo blues, com manifestações instrumentais guiando a música. Esta é a canção "Spray", em que o grupo explora todos os recursos utilizados pelo krautrock. Com a efêmera "Moonshake", o grupo atinge o orgasmo musical, capaz de fazer multidões dançarem através dessa música simbólica. Finalizando o disco, "Bel Air" prova o porque o grupo é considerado um dos melhores no ramo kraut. Há inúmeros gritos e vozes além de solos de guitarra e pausas pacíficas para tornar o ouvinte um célebre apreciador da sua obra. O disco é primiado por mim, não há dúvidas que o grupo se superou neste disco, recomendo a todos os gostos, pois ele agrada a todos.

Tracklist:
1.Future Days
2.Spray
3.Moonshake
4.Bel Air

Link nos comments, camaradas.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

The Amboy Dukes - Amboy Dukes (1967)

Esse discaço, lançado em novembro de 1967, é outra pérola do final de umas das décadas mais prolíficas em termos de boa música, diferente do que acontece hoje. O grupo é um exemplar da música psicodélica produzida em Detroit, um dos pólos musicais dos Estados Unidos : produziu bandas tão díspares porém excelentes como os Stooges de Iggy Pop, o P-Funk(Parliament – Funkadelic, constelação funkeira de George Clinton) e até as desconhecidas undergrounds, porém não menos boas, Amboy Dukes, Cactus e Frijid Pink. Os Amboy Dukes, cujo nome era inspirado por uma gangue judia de garotos de um livro de Irving Shulman, fizeram seu primeiro álbum com letras não tão explicitas em referência às drogas como a de seus contemporâneos, soando as vezes até como um gospel cantado pela voz cavernosa e grave John Drake, como em "Psalms Of Aftermath", com uma levada mais oriental e calma, em meio de canhonaços como a versão de "Baby Please Don’t Go", com um feedback e guitarra noise do (ultra)conservador-e ainda não tão excêntrico e super produzido- Ted Nugent , que também fazia vocais eventuais. Também há espaço para uma versão da divertida "I Feel Free", e com certeza para a incrívelmente psycho "Colors", uma viagem totalmente bipolar, com seu refrão sussurado e guitarras matadoras.

Outro destaque, depois de virar o bolachão, é a versão da blueseira que clamava- e ainda chama - a todos para um propósito só: "Let’s Go Get Stoned". E em seguida vem outra incrível música, que poderia muito bem ter saído da cena psycho-mod-underground, com suas bateria ritmada e o vocal estranhamente calmo e com sotaque classudo, "Down On Philip’s Escalator".Já na baladinha e declaração de amor perpétuo "The Lovely Lady", é a vez do teclado de Rick Lober mostrar sua força,antes de se ouvir outra bomba, chamada "Night Time", em que Bill White e sua linha sólida de baixo se liberam do background e invadem o palco,até o solo estridente de Nugent e a bateria tempo-mutante de Palmer.Logo após vem a versão de "It’s Not True", do Who, com um quê a mais devido ao teclado e aos pratos. O elepê finaliza com outra rajada de psycho pérola, a esfuziante "Gimme Love" e seu lindo refrão com seus riffs, com a excelente guitarra solo de Nugent. É, ele é conservador, contra as drogas e álcool e a favor de rifles, mas não vamos por política aqui: ele toca pra caralho. De bônus no relançamento do CD, vem a muito boa "J.B Special",com o riff interessante de Steve Farmer , que além de segurar a barra para Nugent, dava um toque a mais nas letras colocando uma apologia mais discreta à drogas que a maioria das bandas da época, devido a censura de seu próprio companheiro de banda. Depois, outra bônus, vem "Sobbin’ In My Mugg of Beer" e seus vocais em coro e bateria com uma levada simples, porém muito boa.

Esse álbum tem uma levada mais psycho-blueseira que os posteriores, que já levam pro metal e mais hard, exemplo do Migration de 1968, que também é excelente. Também mostra uma banda BEM diferente da maioria da cena psych: a base é em Detroit, Michigan, ao Norte, não em San Fran ou em New Orleans, e seu componente de maior destaque e (discutível)carreira solo é abertamente ultraconservador, o que pode causar estranheza ao ouvinte, principalmente em Colors ou Let’s Go Get Stoned. Sim, os republicanos ultraconservadores também fazem música, meu amor.

Faixas:
1-Baby Please Don't Go
2-I Feel Free
3-Young Love
4-Psalms Of Aftermath
5-Colors
6-Let's Go Get Stoned
7-Down On Philips Escalator
8-The Lovely Lady
9-Night Time
10-It's Not True
11-Gimme Love
12-J.B. Special
13-Sobbin' In My Mug Of Beer

the link is on the comments, men!