terça-feira, 13 de janeiro de 2009

The Standells - Try It (1967)

Apesar de "Dirty Water", a canção de maior sucesso do grupo, ser um hino sobre a cidade de Boston, os Standells sempre foram da Califórnia. E, pra falar a verdade, jamais foram muito longe de sua cidade de origem, Los Angeles. O relativo sucesso que fizeram nos anos 60 se limitou a uma popularidade regional e outros hits como "Sometimes Good Guys Don't Wear White" e "Why Pick On Me" (ambos incluídos posteriormente na coletânea Nuggets).
Lançado em 1967, "Try It" possui pontos fortes. Abre com as soulzísticas "Can't Help But Love You" e "Ninety Nine And A Half" e segue com duas faixas mais sombrias, à lá "House Of The Rising Sun" dos Animals. "Barracuda" e "Try It" é puro rock de garagem, enquanto "All Fall Down" lembra os Amboy Dukes. O disco encerra com o sucesso "Riot On Sunset Strip", que foi canção tema de um filme homônimo no mesmo ano sobre as agitações hippies em Sunset Strip que tiveram início em 1966. Ao lado da Chocolate Watchband, os Standells estrelaram e fizeram a trilha sonora do longa.

Faixas:
  1. Can't Help But Love You
  2. Ninety Nine And A Half
  3. Trip To Paradise
  4. St. James Infirmary
  5. Try It
  6. Barracuda
  7. Did You Ever Had That Feelin
  8. All Fall Down
  9. Poor Shell Of A Man
  10. Riot On Sunset Strip
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segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Ekseption - Ekseption (1969)


Agora estamos falando de algo bem diferente. Não é rock psicodélico dos EUA nem da Inglaterra, não é um jazz, nem um blues, nem nada disso. É uma coisa "mutcho louca".
Surgidos na Holanda no mesmo cenário da banda quase-irmã de maior sucesso, Focus, o Ekseption, por causa destas condições de "nascimento", é de praxe que os grupos tenham uma sonoridade similar. Neste primeiro disco, a banda produz sons psicodélicos, flertam com o progressivo, com a música clássica mas, acima de tudo, com o velho e bom blues. O disco abre com duas composições alheias, muito bem excecutadas, por sinal (parte da 5ª de Beethoven e a bluezeira de "Dharma For One", do Jethro Tull"). Há também "Sabre Dance" e "Little x Plus", duas músicas que remetem muito ao som da banda Focus. O disco atinge seu clímax com a entrada de uma das favoritas do público, "Air" e da sonzeira "Rhapsody in Blue".
É um disco excelente, com composições maravilhosas e um tecladista genial, Rick van der Linden.
Quem discordar levante a mão, a porta da rua é serventia da casa.

Faixas:
  1. "The 5th" – 3:25
  2. "Dharma for one" – 3:28 - on later releases also as Dharma
  3. "Little x plus" – 3:32
  4. "Sabre dance" – 3:48
  5. "Air" – 2:53
  6. "Ritual fire dance" – 2:16
  7. "Rhapsody in blue" - 4:02
  8. "This here" - 4:12
  9. "Dance macabre Opus 40" - 2:24
  10. "Canvas" - 2:31
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The Third Bardo - The Third Bardo (1967)

The Third Bardo é mais uma daquelas bandas esquecidas que só gravou um single, não fez grande sucesso e acabou. É possivelmente a única de porte tão pequeno que foi incluída na consagrada coletânea Nuggets. Neste álbum estão todas as gravações existentes do grupo, ou seja, cinco músicas e uma versão diferente de uma delas.
Com efeitos e guitarras distorcidas de forma que seu som mais parece de assobios, é possível ver um certo tom de experimentalismo em faixas como "Raibown Life" e "I'm Five Years Ahead Of My Time". As letras, por sua vez, se referem na maioria ao uso de drogas psicodélicas. Mas quando o vocalista diz estar cinco anos à frente de seu tempo, comete um terrível engano. Esse aqui é um típico disco de 1967.

Faixas:
  1. I'm Five Years Ahead Of My Time
  2. Rainbown Life
  3. Dawn Of Tomorrow
  4. Lose Your Mind
  5. Rainbown Life [Alternate]
  6. I Can Understand Your Problem
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13th Floor Elevators - Easter Everywhere (1967)

Depois de abalar o rock com um interessantíssimo disco que, talvez, tenha sido a primeira semente de uma "plantação" de rock psicodélico sessentista, os Elevators retornam num álbum tão excelente quanto seu antecessor.
Munidos de mais substâncias lisérgicas do que nunca, o grupo de Roky Ericson e Tommy Hall emana vibrações psicodélicas jamais vistas na música anteriormente. Se em "Psychedelic Sounds of The 13th Floor Elevators" o grupo havia introduzido o ácido ao rock, em "Easter Everywhere", o gênero já estava completamente moldado (e colorido), perfeito para as insanas composições da banda.
"Slip Inside This House", peça épica de 8 minutos, abre o disco demonstrando a capacidade quase absurda do grupo de escrever letras excelentes, além de exibir quase o "estado puro de sanidade", espécie de "Nirvana" espiritual, provavelmente alcançado pelo uso de alucinógenos. Há outras peças excelentes e igualmente lisérgicas no disco, como a insana "Levitation" (eu vivo me perguntando qual era o estado da banda ao escrever/gravar uma música dessas), a calma, porém delirante "Leave Your Body Behind", dentre outras.
Há também uma versão psicodélica de uma canção famosa de Bob Dylan, "Baby Blue", mas, tamanha é a criatividade e capacidade de criação dos Elevators que parece até uma composição original do grupo.
Não pense duas vezes, ouça esse disco. Antes que seja tarde demais.

Faixas:
  1. "Slip Inside This House"
  2. "Slide Machine"
  3. "She Lives (in a Time of Her Own)"
  4. "Nobody to Love"
  5. "Baby Blue"
  6. "Earthquake"
  7. "Dust"
  8. "I've Got Levitation"
  9. "I Had to Tell You"
  10. "Postures (Leave Your Body Behind)"
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Janis Joplin & Jorma Kaukonen - The Typewriter Tape (1964)

Dos muitos bootlegs de Janis Joplin, "The Typewriter Tape" é, sem dúvida, um dos mais interessantes. A começar pelo fato da cantora estar acompanhada de Jorma Kaukonen, que viria a ser guitarrista da banda californiana Jefferson Airplane. Gravada em 1964, muito antes de qualquer um dos dois fazer sucesso, a fita apresenta um repertório de blues e um pouco de jazz (destaque para a incrível versão de "Nobody Knows You When You're Down And Out", de Bessie Smith). A grande singularidade dela, entretanto, é que, no lugar duma bateria, o ritmo é marcado pela máquina de escrever de Margaretta Kaukonen, mãe de Jorma (uau!). Ah, vale dizer também que interpretação de "Trouble In Mind" aqui presente mais tarde viria a ser incluída na coletânea "18 Essential Hits" de Janis.

Faixas:
  1. Trouble In Mind
  2. Long Black Train
  3. Kansas City Blues
  4. Hesitation Blues
  5. Nobody Knows You When You're Down And Out
  6. Daddy, Daddy, Daddy
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sábado, 10 de janeiro de 2009

Booker T. &The M.G.'s - Green Onions (1962)

Desenvolvido pelo americano Laurens Hammond em 1934, o chamado "Órgão Hammond" é uma versão elétro-mecânica do tradicional órgão de tubos. Originalmente entendido como uma alternativa mais barata e prática para as igrejas, funcionou também em seus primeiros anos como um substituto dos pianos em residências de classe média. Nos anos 50, porém, foi introduzido a música pop por jazzistas como Jimmy Smith, que criaram o "organ jazz" ("Blue Bash!", de 1963, é uma preciosidade desse gênero).
Antes que alcançasse o Rock, esse órgão apareceu num inusitado disco instrumental de R&B chamado "Green Onions", em 1962. Baseado em guitarra e Hammond, o álbum logo atingiu os topos das paradas americanas. A apatitosa faixa título, originalmente uma jam de estúdio descompromissada, se tornou hit mundial. Entre as demais músicas, estão tanto versões brilhantes, tal qual "I Got A Woman", de Ray Charles, "Rinky-Drink", de Acker Bilk, ou a clássica "Twist & Shout", como composições originais dos M.G.'s: "Mo's Onions" e "Behave Yourself".
Depois de "Green Onions", o grupo jamais obteve o mesmo sucesso. Nos anos seguintes, se tornou a principal banda de apoio da Stax records, acompanhando grandes nomes do Soul, como Aretha Franklin, Sam & Dave, Otis Redding, Wilson Pickett, Rufus Thomas e Eddie Floyd em seus hits. Então, de alguma forma, Booker T & The M.G.s foi vital para a formação do gênero nos anos 60.
Não preciso nem dizer que esse álbum é bom.

Faixas:
  1. Green Onions
  2. Rinky-Drink
  3. I Got A Woman
  4. Mo's Onions
  5. Twist And Shout
  6. Behave Yourself
  7. Stranger On The Shore
  8. Lonely Avenue
  9. One Who Really Loves You
  10. You Can't Sit Down
  11. A Woman, A Lover, A Friend
  12. Comin' Home Baby
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The Bonniwell Music Machine - Beyond The Garage (1967)

Logo depois do lançamento de relativo sucesso do album Turn On, do The Music Machine, Sean Bonniwell se viu forçado, não só por conflitos externos, mas pelo fato de outra banda com o mesmo nome já existir, a reestruturar a banda para continuar sua carreira. The Bonniwell Music Machine é o nome do Music Machine reformado, com mais enfoque em Sean como líder, guitarrista, compositor e cantor (basicamente, o faz-tudo do grupo).
Selado estava o destino, além, é claro, de um contrato com a Warner. Estava surgindo um excelente disco, o clássico dos clássicos da garagem californiana da década de 60. Sean estava em seu ápice criativo, o que lhe deu capacidade de criar boas composições, como a obscura "Bottom of The Soul", a agitada "The Eagle Never Hunts The Fly", a ágil "Double Yellow Line" (uma das melhores do disco, se não a melhor) e a macabra "The Trap".
Além disso, Bonniwell expôs neste álbum seu lado romântico em letras como a de "To The Light", um dos pontos altos do disco (e talvez a mais "diferente" de todas as composições de sua carreira). Há também uma pequena sacada astrológica nas letras de "Astrologically Incompatible", outra empolgante música do disco.
Infelizmente, o Bonniwell Music Machine nunca fez muito sucesso em terras tupiniquins, apesar da inquestionável qualidade da banda em produzir músicas diferentes e criativas. A banda não durou muito mais, apesar do lançamento em 2000 do seu terceiro album de estúdio, Ignition, e de um tour pela Europa em 2004. Sean Bonniwell, sem dúvida, foi, é e sempre será uma lenda da garagem.

Faixas:
1. Bottom of the Soul
2. Absolutely Positively
3. Soul Love
4. Somethin Hurtin On Me
5. Affirmative No'
6. The Trap
7. The Eagle Never Hunts the Fly
8. No Girl Gonna Cry
9. Me, Myself and I
10. To the Light
11. Tin Can Beach
12. Time Out (For a Daydream)
13. Astrologically Incompatible
14. Discrepancy
15. Talk Me Down
16. I've Loved You
17. You'll Love Me Again
18. In My Neighborhood
19. Double Yellow Line
20. The Day Today

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The Stranglers - La Folie (1981)

A maior dificuldade em fazer este post não está em falar deste maravilhoso disco que é o La Folie. Mas sim em definir uma banda como os Stranglers. Formados em 1974, o grupo produzia música protopunk similar ao obscuro rock de garagem dos anos 60 (e isso pode ser confirmado em seu album de 1990, 10, principalmente na fantástica versão de 96 Tears).
Eram arrojados, e uma de suas maiores influencias era o grande tecladista do Doors, o senhor Ray Manzarek. Com o passar dos anos, o grupo foi flertando com o Punk e com o New-wave, lançou excelentes discos com músicas de igual qualidade. Grandes exemplos disso são os discos "Rattus Novegicus", "No More Heroes" e "The Raven". Mas, no ano de 1981, este grupo de não-tão-jovens homens produziria algo ainda maior.
Na humilde opinião deste que está a redigir o texto, La Folie é o melhor album da banda. O grupo, neste fantástico disco, conseguiu reproduzir as excentricidades vocais de Lou Reed, imitando seu jeito meio falado de cantar em faixas como "Non Stop", mas também foi capaz de conseguir criar baladas belas e contagiantes, como a "Golden Brown", referência completa à heroína, movida a instrumentos barrocos, como o Cravo, por exemplo.
Há também faixas incrivelmente sarcásticas e inteligentes, como "Everybody Loves You When You're Dead", dentre outras, dando destaque também para o excelente encerramento, a faixa-título, "La Folie"
É um álbum fantástico, que foi seguido de álbuns muito belos, como "Feline" e "Aural Sculpture", apesar destes, infelizmente, não terem conseguido atingir o mesmo nível de qualidade de seu antecessor.

Faixas:
1 Non Stop
2 Everybody Loves You When You're Dead
3 Tramp
4 Let Me Introduce You To The Family
5 Ain't Nothin' To It
6 The Man They Love To Hate
7 Pin Up
8 It Only Takes Two To Tango
9 Golden Brown
10 How To Find True Love And Happiness In The Present Day
11 La Folie

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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Otis Redding - Otis Blue: Otis Redding Sings Soul (1965)

Otis Redding pertence a um grupo de grande artistas que morreram cedo, produziram pouco, mas brilharam muito. Com certeza um dos maiores nomes do Soul de todos os tempos, perdeu a vida num acidente de avião em 1967, depois de conquistar toda platéia no festival de Monterey Pop, mas sem ver sua obra completamente consagrada.
"Otis Blue" é provavelmente seu álbum mais improtante. Acompanhado pelos membros do grupo Booker T. & The M.G.'s (que três anos antes dominaram as paradas com a instrumental "Green Onions") como banda de apoio, Redding canta tanto versões como composições próprias. Entre as originais, destaca-se "Respect", que depois seria imortalizada na voz de Aretha Franklin e a explosiva "Down In The Valley".
A embalada "Shake" dá um novo fôlego ao álbum, que se suaviza novamente na romântica "My Girl", retomando em "Wonderful World" (não é a mesma do Louis Armstrong), talvez uma das melhores faixas do disco. A versão de "Satisfaction" dos Stones mostra o Soul por trás do Rock e, por fim, "Rock Me Baby" é um grande Blues.

Faixas:
  1. Ole Man Trouble
  2. Respect
  3. A Change Is Gonna Come
  4. Down In The Valley
  5. I've Been Lovin' You Too Long
  6. Shake
  7. My Girl
  8. Wonderful World
  9. Rock Me Baby
  10. (I Can't Get No) Satisfaction
  11. You Don't Miss Your Water
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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

The Swamp Rats - Disco Still Sucks! (1966)

Se você ainda acha que o Punk aconteceu em 77, saiba que está terrivelmente enganado. Dez anos antes, enquanto os Beatles cantavam "I Wanna Hold Your Hand" e "All You Need Is Love", bandas americanas como os Sonics e os Standells distorciam suas guitarras, furavam os amplificadores e liberavam toda a sua energia nos vocais, fazendo um som que mais parecia com o Rock & Roll dos anos 50, porém com a força da década 60. Mais tarde tal movimento viria a ser classificado pelos críticos como o "Proto-Punk".
Poucos grupos, entretanto, chegaram a uma atitude próxima à dos Swamp Rats. Até hoje na obscuridade, deles resta apenas um álbum: "Disco Still Sucks!". Composto praticamente por versões de músicas de sucesso, o disco abre com uma releitura de "Louie, Louie" à lá Sonics, destruidora. Na sequência vem "Hey Freak" e canções mais leves. Em "Hey Joe", o vocalista parece rasgar a própria voz até que, quando o ouvinte acredita que ele já a tenha perdido completamente em "No Friend Of Mine", retoma o eixo em "Till The End Of The Day".
"In The Midnight Hour" revela o Soul por trás de todas as faixas e "Here, There And Everywhere", um verdadeiro cover dos Beatles, fica perdido com seu ar apaixonado num disco tão agressivo. "Tobacco Road" e a poderosa "Psycho" fecham com grande impacto.
Mais punk impossível. Depois de "Disco Still Sucks!", qualquer um desses Sex Pistols e afins ficam parecendo verdadeiros maricas.

Faixas:
  1. Louie, Louie
  2. Hey Freak
  3. She's Got Everything
  4. I'm Going Home
  5. Hey Joe
  6. It's Not Easy [Version 1]
  7. No Friend Of Mine
  8. Till The End Of The Day
  9. In The Midnight Hour
  10. Here, There And Everywhere
  11. Tobacco Road
  12. Psycho
  13. It's Not Easy [Version 2]
  14. [Faixa desconhecida]
  15. [Faixa desconhecida]
  16. [Faixa desconhecida]
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The Doors - Waiting For The Sun (1968)

Quem nunca ouviu falar no Doors que atire a primeira pedra. Afinal de contas, foram eles, junto com Janis Joplin e Jimi Hendrix, os mais famosos nomes do Rock Psicodélico norte-americano, famoso por criar as bases para muito dos sons que ouvimos até hoje.
Desde sempre, o grupo foi muito ousado. Não só por desafiar as regras de pudor impostas pelo governo direitista norte-americano, mas também por introduzir ao rock os conceitos de performance teatral que, mais tarde, seriam aperfeicoados por grupos como o Genesis.
Mas não é isso que importa. O que importa, neste pequeno texto a vocês apresentado, meus caros leitores, é o 3º álbum (e talvez o melhor de todos) produzido pelo quarteto californiano.
O grupo estava explodindo em termos criativos. Eles inclusive tinham material para produzir um disco duplo, mas resolveram apostar num páreo mais seguro, afinal de contas, é melhor um pássaro na mão do que dois voando.
A obra abre com uma balada um tanto bubblegum music, mais leve e mais apelativa para o lado pop, a inesquecível "Hello, I Love You" (afinal, não é só a voz de Jim que deixa suas marcas aqui - quem se lembra do órgão do Ray?). Além desta, há composições excelentes, como "Love Street", a macabra "Not To Touch The Earth" e a ameaçadora "Five To One".
Um fato curioso sobre este disco é a ausência da faixa título "Waiting For The Sun", que só viria a aparecer no álbum de 1970, "Morrison Hotel". Há também aquela música que se tornaria "clímax" nas apresentações ao vivo, "Unknown Soldier", sempre na mente dos fãs por consequência da performance teatral de Morrison e o fuzilamento simulado pela banda.
Na obra original de 1968, ficou de fora uma faixa que ocuparia todo o Lado B do vinil, "Celebration of The Lizard", uma epopéia de 17 minutos que está mais para um macabro ritual do que para uma música realmente. Para a alegria dos fãs, na reedição do 40º Aniversário da banda, um demo interessantíssimo desta peça dentre as músicas originais.
Sem mais delongas, este álbum chega perto da perfeição. Em caso de dúvida, é só clicar na palvra "Download" algumas linhas abaixo.

Faixas:
  1. "Hello, I Love You" – 2:14
  2. "Love Street" – 2:53
  3. "Not To Touch The Earth" – 3:56
  4. "Summer's Almost Gone" – 3:22
  5. "Wintertime Love" – 1:54
  6. "The Unknown Soldier" – 3:25
  7. "Spanish Caravan"– 3:03
  8. "My Wild Love" – 3:01
  9. "We Could Be So Good Together" – 2:26
  10. "Yes, the River Knows" – 2:36
  11. "Five To One" – 4:26
  12. "Albinoni's Adagio in G Minor" – 4:32
  13. "Not to Touch the Earth" (Dialogue) – 0:38
  14. "Not to Touch the Earth" (Take 1) – 4:05
  15. "Not to Touch the Earth" (Take 2) – 4:18
  16. "Celebration of The Lizard" (An Experiment/Work in Progress) – 17:09
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Þursaflokkurinn - Hinn Íslenski þursaflokkur (1978)

Nem só de Bjork e de Sigur Rós que sobrevive a música Islandesa. Tirando o famoso Heavy Metal desta tão distante e gélida ilha, há também boas manifestações de rock psicodélico e progressivo. Neste ultimo gênero, o nome que mais vêm à cabeça dos apreciadores de sons antigos islandeses é o grupo de Folk-Prog Þursaflokkurinn.
Aos nossos ouvidos ocidentais é um nome muito peculiar. Numa tradução tosca e literal, significa "Grupo de Trolls", que, por sinal, são muito presentes na mitologia nórdica. Neste primeiro álbum, "Hínn Islenski Þursaflokkur" ("Grupo de Trolls Islandeses), o grupo mescla estilos musicais que lembram o Gentle Giant, e isso se reflete nas composições pouco convencionais do conjunto.
Afinal de contas, um bom grupo produz música de qualidade, não é mesmo? Logo, nesta obra, é mais do que normal encontrar um progressivo com o instrumental muito bem trabalhado (vide o som do fagote de Rúnar Vilbergsson ou o órgão de Tómas Tómasson). O disco se inicia com "Einsetumaður Einu Sinni", faixa cujos primeiros momentos são deveras chamativos e divertidos (afinal de contas, o tiroleio vocal de Egill Ólafsson lembra muito o de Thijs Van Leer, flautista, vocalista e organista do Focus). Em seguida, composições como "Sólnes" e a animada "Nútíminn" (Na opinião deste humilde redator, a melhor música do álbum) dão certo agito e mostram o som de qualidade produzido em terras Islandesas. Encerrando essa pérola do Folk nórdico, temos "Grafskirpt", uma peça tanto quanto solene, mas ainda assim, perfeito encerramento para uma obra de arte.
A banda nunca fez muito sucesso fora de sua ilha natal, mas continuou sua carreira com mais álbuns, como o mais progressivo "Þursabit" e o pop-folk "Gaeti Eins Verið", estes mais raros ainda.
É um som excelente, recomendado principalmente aos mais ecléticos, aos fãs de Folk e/ou Prog e principalmente aos fãs de Gentle Giant!

Faixas:
1. Einsetumaður Einu Sinni (5:28)
2. Sólnes (5:03)
3. Stóðum Tvö Í Túni (4:03)
4. Hættu Að Gráta Hringaná (2:45)
5. Nútíminn (4:59)
6. Búnaðarbálkur (4:17)
7. Vera Mátt Góður (0:52)
8. Grafskript (6:42)

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Jefferson Airplane - Surrealistic Pillow (1967)

1967, Califórnia: jovens mal-vestidos e com cabelos longos enfeitados por flores que se recusavam a ir para a guerra no Vietnã dominavam as ruas de São Francisco. Era o chamado "Verão do Amor", ou o início do movimento hippie. Rejeitando o modo de vida imposto pela sociedade de então, muitos dessa geração passaram a buscar experiências e vivências novas, de forma que o uso de drogas alucinógenas como o ácido lisérgio, até então pouco discutido, se tornou banal.
"Surrealistic Pillow", o segundo disco do Jefferson Airplane, grupo até então relativamente popular apenas conhecido na cena local, reflete o impacto desse momento histórico na música. Com um título que faz uma alusão praticamente explícita ao LSD, o álbum explodiu nos EUA, consagrando a banda nacionalmente.
Contava com o então recém-introduzido ao grupo vocal feminino e estridente de Grace Slick e eletrizantes guitarras, fazendo uma releitura roqueira e ácida do folk americano. "Somebody to Love", um hard rock típico da época, ganhou o status de "hit", ao lado de "White Rabbit", de cuja retrata uma viagem psicodélica a partir da história de Alice no País das Maravilhas. Entre as faixas restantes, destacam-se "Plastic Fantastic Lover", "Today" e a instrumental "Embryonic Journey". "My Best Friend" seria quase dispensável.
Enfim, esse aqui é um disco importante e legal. Baixe antes de discordar.

Faixas:
  1. "She Has Funny Cars" - 3:43
  2. "Somebody To Love" - 3:01
  3. "My Best Friend" - 3:05
  4. "Today" - 3:03
  5. "Comin' Back To Me" - 5:24
  6. "3/5 Of A Mile In 10 Seconds" - 3:46
  7. "D.C.B.A. -25" - 2:40
  8. "How Do You Feel" - 3:35
  9. "Embryonic Journey" - 1:56
  10. "White Rabbit" - 2:33
  11. "Plastic Fantastic Lover" - 2:38
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Gandalf The Grey - The Grey Wizard Am I (1972)


Inspirado pela universo fantástico de Tolkien, o nova-iorquino Chris Wilson vestiu, em 1972, os trajes do mago Gandalf de "O Senhor dos Anéis" e resolveu gravar um disco. O resultado disso foi "The Grey Wizard Am I". Produzido em condições precárias e sem o auxílio de grandes gravadoras, o álbum teve uma tiragem pequena, e logo se tornou uma raridade. Cópias originais atualmente podem ser encontradas a venda por até mil dólares.
A música em si é bem interessante, e até inusitada para um disco do tema. Não se trata de um rock pesado com toques medievais, nem mesmo de uma música tradicional européia reinventada. É na verdade um folk-pop ácido, que chega até a lembrar o David Bowie do fim dos anos 60.
Nas letras, Gandalf explora as brumas da terra média (como na faixa título e em "My Elven Home"), a vida na cidade grande ("Here On Eight Street"), natal ("The Christmas Song"), encerrando com uma mensagem para o futuro ("The Future Belongs To The Children"). O álbum não é, entretanto, adequado para ser ouvido inteiro de uma só vez, tendo em vista que todas as canções trazem um tom leve e similar, o que pode vir a torná-lo entediante.
Chris Wilson gravou outro disco sob o nome do mago, depois um raro 45 rotações com sua identidade real ainda nos anos 70 e por fim outro, nos 90.
Enfim, basta dizer que esse álbum aqui é uma raridade, uma verdadeira pérola (dou minha garantia de que encontrar algo parecido é um desafio e tanto) e, diferente de outras udigrudialidades do gênero, é bom. Enfim, tá aí.

Faixas:
  1. "The Grey Wizard Am I" - 2:37
  2. "My Elven Home" - 2:28
  3. "From The Grey Havens" - 2:56
  4. "Here On Eight Street" - 7:43
  5. "Go And See" - 2:32
  6. "The Christmas Song" - 2:51
  7. "Old Town Church" - 3:14
  8. "The Home Coming (The Sun Is Down)" - 2:21
  9. "I Don't Know Why The People" - 3:04
  10. "Mr. Joe's" - 3:14
  11. "Sunshine Down The Line" - 4:07
  12. "The Future Belongs To The Children" - 3:06
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terça-feira, 6 de janeiro de 2009

13th Floor Elevators - The Psychedelic Sounds of The 13th Floor Elevators (1965)

Quem diria que um guitarrista excêntrico e um estudante de psicologia com um “jarro amplificado” conseguiriam criar o rock psicodélico e ajudariam a inventar o punk? Bom, eu duvidava, até ouvir uma música dos Elevators. Roky Ericson conheceu Tommy Hall em 1965 e, após uns dias, os dois formaram uma das mais influentes bandas da história.
Não tardaria para que os vocais insanos de Roky (que viriam a servir de inspiração para Janis Joplin, uma amiga íntima, que, por pouco, não fez parte dos Elevators também) e o som excêntrico do jarro de Hall emplacassem no 55º lugar das paradas da Billboard o single “You’re Gonna Miss Me”, uma das melhores músicas da banda. Na raça, o grupo gravou seu primeiro LP, The Psychedelic Sounds Of The 13th Floor Elevators. O disco, extremamente original, foi o percussor do acid rock, e cada uma de suas músicas, embora tenham custado muitos neurônios de Roky e lhe presenteado com uma bela duma esquizofrenia, nos mostra até onde vai a criatividade humana.“Reverberation”, por exemplo, é puro rock, enquanto “Roller Coaster” mostra um lado fascinante, porém sombrio da banda. A capa (clara referência aos efeitos alucinógenos das drogas) e os textos no encarte do disco certamente não agradaram às autoridades americanas, que prenderam os integrantes do grupo em algumas ocasiões.
Há outras faixas geniais no álbum, tal como a hipnótica “Tried to Hide”. É realmente excelente, mas os ouvintes menos ecléticos podem não digerir esse prato cheio na primeira ouvida – nada que não possa ser reconsiderado, é claro. Após esse disco, os Elevators continuaram em mais dois álbuns, ambos muito bons, capazes de influenciar nomes como R.E.M. e U2. Infelizmente, Roky teve sérios problemas com drogas, e ficou quase insano, o que não o impediu de continuar compondo brilhantes músicas, com grupos como o The Aliens.
“Psychedelic Sounds” não é um disco, é uma pérola. Vale a pena ser ouvido, nem que seja uma única vez.

Faixas:
  1. "You're Gonna Miss Me" – 2:31
  2. "Roller Coaster" – 5:07
  3. "Splash 1" – 3:57
  4. "Reverberation (Doubt)" – 2:51
  5. "Don't Fall Down" – 3:03
  6. "Fire Engine" – 3:23
  7. "Thru the Rhythm" – 3:10
  8. "You Don't Know (How Young You Are)" – 2:59
  9. "Kingdom of Heaven" – 3:11
  10. "Monkey Island" – 2:40
  11. "Tried to Hide" – 2:48
  12. "Everybody Needs Somebody to Love" - 5:15
  13. "Before You Accuse Me" - 2:35
  14. "I'm Gonna Love You Too" - 1:53
  15. "You Really Got Me" - 6:18
  16. "Roll Over Beethoven" - 2:47
  17. "The Word" - 2:45
  18. "Gloria" - 3:56
  19. "She Lives (In a Time of Her Own)" - 3:01
  20. "We Sell Soul" [The Spades] - 3:19
  21. "You're Gonna Miss Me" [Live; The Spades] - 3:24
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