segunda-feira, 7 de setembro de 2009

King Crimson - Beat (1982)

Lançado em 1982, Beat é um álbum diferente da maioria dos outros da discografia do King Crimson. Na década de 80, os tempos áureos da banda (vai, do In The Court, de 69, a até o Red, de 74) já haviam há muito ficado pra trás, assim como quase toda a formação original (só restando o líder, Robert Fripp). Este disco aqui se encaixa numa fase que é, não à toa, desprezada pelos fãs de progressivo, na qual o conjunto adquiriu em certos aspectos um tom mais pop.
Sugiro, portanto, que para a audição deste álbum, você se desapegue de qualquer preconceito bobo de fã chato de prog-rock. Injustamente discriminado, Beat é na verdade uma puta obra. Nele, a banda faz sua homenagem aos Beatniks, a geração de escritores que abalou os EUA no fim dos anos 50, se tornando referência para, mais tarde, outros movimentos contraculturais, tais quais o Hippie e o Punk.
Abre direto com a embalada e envolvente "Neal and Jack and Me", a viagem do Crimson com Jack Kerouac e Neal Cassady pelas estradas americanas. Em seguida vem enrolada e bem marcada "Heartbeat", o "hit" do disco, que ficou 57º lugar na Billboard em 1982. "Satori in Tangier" (remetendo ao livro "Satori In Paris" de Kerouac) é o auge do disco, que já declina com "Waiting Man", melhorando um pouco em "Neurotica" e encerrando com estilo em "The Howler" (referência ao poema "Howl" de Allen Ginsberg).
No fim das contas acaba sendo, apesar de subestimado, um disco bom. Pra fãs do King Crimson, pra interessados na geração Beat, pra apreciadores de boa música de modo geral, mas não pra chatos do rock progressivo. Enfim, problema deles.

Faixas:
1. Neal and Jack and Me
2. Heartbeat
3. Sartori in Tangier
4. Waiting Man
5. Neurotica
6. Two Hands
7. Requiem
8. The Howler

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domingo, 6 de setembro de 2009

The Crazy World Of Arthur Brown - The Crazy World Of Arthur Brown (1968)

Chamas infernais, explosões dinâmicas, mares incandescentes e... dinheiro? Sim, o mundo de Arthur Brown é uma loucura completa. Mas isso já era de se esperar, afinal de contas, no fim da década de 60 a psicodelia chocava o mundo e colocava-o num estado de choque como se este tivesse sido atingido por um meteoro. O fato é que esse disco sobre o qual eu estou tentando falar é uma puta obra de arte. Começando, primeiramente, pelo fato de ser o álbum de estréia de uma das primeiras bandas de rock a abolir completamente as guitarras elétricas, o que possibilitou uma abertura de espaço gigantesco para riffs de órgão e baixo (aliás, que riffs, hein! Vincent Crane é um dos melhores organistas que eu já ouvi na minha vida! O cara tem um dedilhado insano sobre as teclas que só ouvindo pra crer!). Outro fator que diferencia esta das demais bandas de rock é o lado teatral do vocalista Arthur Brown, que foi, junto com Jim Morrison, um dos primeiros a introduzir performances durante as apresentações ao vivo (aliás, suas maquiagens e roupas de palco influenciaram deveras astros como Peter Gabriel e Alice Cooper), deixando os shows mais eletrizantes, dinâmicos e inusitados.
A faixa de abertura do álbum, "Nightmare", começa com uma seção de cordas arqueadas que érapidamente interrompida por uma explosão organística de tirar o fôlego, do mesmo modo que o hit "Fire", que atingiu o topo das paradas britânicas e deixou Arthur conhecido como "The God Of Hellfire" (ou "O Deus do Fogo Infernal"). Além destas, outras faixas insanas se destacam, todas elas temperadas com cores, gritos e uma certa dose de piromania da parte de Brown. A criatividade é tanta que versões de músicas de James Brown ("I've Got Money") e Screamin' Jay Hawkins ("I Put A Spell On You") parecem até originais!
Juro, esses caras são sonzeira pura, vale escutar cada segundo dessa maravilha psicodélica. É uma pena que o grupo tenha se dissolvido no ano seguinte ao lançamento dessa pérola, apesar dos membros deste terem seguido para destinos brilhantes e maravilhosos (o batera Carl Palmer seguiu para o Atomic Rooster e depois para o famoso Emerson, Lake and Palmer e o baixista Nicholas Greenwood seguiu carreira solo e logo depois foi para a banda de prog Khan), deixando sobre a areia incandescente da psicodelia esta pérola única.

Faixas:
1. Prelude-Nightmare
2. Fanfare-Fire Poem
3. Fire
4. Come and Buy
5. Time/Confusion
6. I Put a Spell On You
7. Spontaneous Apple Creation
8. Rest Cure
9. I've Got Money
10. Child Of My Kingdom
11. Devil's Grip
12. Give Him a Flower
13. What's Happening?
14. Prelude-Nightmare (Mono)
15. Fanfare-Fire Poem (Mono)
16. Fire (Mono)
17. Come and Buy (Mono)
18. Time/Confusion (Mono)

Baixar (esse link eu peguei não me lembro mais aonde, e é o melhor de todos. Se pedirem uma senha pra descompactar o arquivo, a senha é "xara", sem as aspas, por favor.)

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Luizinho & Seus Dinamites - Choque Que Queima! (1964)

Gravado em 1964, "Choque Que Queima" é o único álbum do grupo Luizinho & Seus Dinamites e também, sem dúvidas, uma das maiores preciosidades do twist em todo o mundo. As doze faixas trazem consigo a marca da época, com um pé no rock instrumental do fim dos anos 50 e outro na beatlemania, porém sem aquele tom ingênuo característico da Jovem Guarda (sem querer desmerecê-la, é claro).
O disco, composto por abrasileirações de músicas de Cliff Richards & The Shadows ("Choque Que Queima", por exemplo, é uma versão de "Choppin' and Changin'"), passeia entre canções de amor ("As Estações" e "Eu Vou À Lua"), twists embalados ("Dinamite" e "Carango Twist") e faixas instrumentais dançantes ("Ventures Twist" e "Guitar Twist"). As letras em geral giram em torno do universo das festas de twist, dos tempos em que se pegava a caranga e estacionava na contramão na Rua do Rock.
E, como canta o próprio Luizinho na faixa de abertura, "os Dinamites quando tocam botam pra quebrar". Nessa mesma canção o vocalista apresenta seus companheiros de banda, Carlinhos (na bateria, sempre a batucar), Jair (que na sua guitarra faz a marcação), Antônio (barbarizando o contrabaixo) e Euclides (o guitarrista, que quando sola mais parece um canhão). Alguns desses participaram também dos Blue Jeans Rockers, ex-grupo de Luizinho nos anos 50.
Enfim... Concluindo, digo que é um puta disco. Raro achar coisa tão boa desse gênero aqui pelo Brasil (a maioria de seus contemporâneos ficavam fechados na imitação). Extra-recomendado pelos saqueadores de cidades.
"Esse choque me queima, esse choque me deixa maluco!"

Faixas
1. Dinamite
2. Choque que Queima
3. Ventures twist
4. Eu Vou à Lua
5. As Estações
6. Apache
7. A Raposa e o Corvo
8. Carango Twist
9. Bongo Blues
10. Uma Voz na Solidão
11. Lâmpada do Amor
12. Guitar Twist


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(peguei lá do brazilian nuggets esse link...)

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Harry Manfredini - Friday The 13th Soundtrack (1980, 1981,1982)

A história é mais ou menos a mesma na cabeça de todos. Em 1958, um garoto chamado Jason se afoga no acampamento Crystal Lake, por negligência dos monitores (eles estavam fazendo sexo, tchanam!). Em 1980, uma série de homícidios no mesmo local poderia ser atribuída ao próprio Jason, que retornou dos mortos? Ou à sua mãe? Ah... Todos sabem o final dessa droga de filme. Bom, pode até ser uma droga, mas é um dos meus favoritos.

Mas continuando... Três meses depois da chacina mostrada no primeiro capítulo, mais 13 adolescentes são mortos por Jason em Sexta-Feira 13 Parte 2. Na noite seguinte (Sexta-Feira 13, Parte 3), Jason comete outra chacina! E depois ele morre e revive, morre e revive e continua assim por mais eternos 7 capítulos... Mas o mais impressionante da franquia, a meu ver, é a trilha sonora. Todo o sucesso não seria alcançado sem o trabalho de Harry Manfredini, o compositor das dos filmes 1-6. Seu trabalho nunca foi reconhecido e lançado corretamente para um público grande.

Eu já tinha desistido de procurar além da porcaria que já tinha sido lançada (três músicas com 10 minutos cada, com pedaços da trilha original) porque o próprio Harry Manfredini tinha me dito (Sim, eu mandei e-mails pra ele) que os negativos em que o material bom de verdade ficava estavam danificados demais para serem recuperados.

Mas ontem eu tive uma surpresa! Navegando pelo orkut, descobri que foram lançados 3 CD's com a soundtrack original inteira! Depois de 3 anos esperando alguma luz, ela chegou, e aí vão eles:



Friday The 13th (1980)

Faixas:
1. Camp Blood New (0:19)
2. Prelude (0:51)
3. We Weren´t Doin´Anything (1:35)
4. Main Title (1:04)
5. Kill The Cook (1:36)
6. The Snake (0:07)
7. Ralph´s Warning (0:29)
8. What´s In The Top Bunk (0:17)
9. Jack´s Death (0:13)
10. The Outhouse (2:47)
11. The Arrow (1:52)
12. Resting (0:27)
13. Bill Behind The Door (3:20)
14. The Terror Begins (0:45)
15. Mrs.Voorhees (2:51)
16. Her Revenge (1:26)
17. The Attack Continues (1:26)
18. The Beheading (0:27)
19. End Title (Sail Away Little Sparrow) (2:37)
20. Source Music [The Ride To The Camp] (1:08)
21. Introduction To Horror (11:32)




Friday The 13th Part 2 (1981)

Faixas:
1. Jason´s Out There (1:25)
2. Dreams Of Camp Blood (4:23)
3. Revenge For Mother (2:10)
4. Main Title (1:55)
5. Lurking (0:17)
6. Jason Moves Upstairs (1:02)
7. Jason´s Knife (1:12)
8. Attacking Paul And Ginny (1:36)
9. After Ginny (1:30)
10. Hiding In The Cabin (1:30)
11. Mother Is Talking To You (3:53)
12. Safe At Last (1:56)
13. Head Of The Family (End Credits) (2:04)
14. Source Cue [The Bar] (0:36)
15. Excerpts In Terror (5:16)




Friday The 13th Part 3 3D (1982)

Faixas:
1. A Warning (0:32) - Harry Manfredini
2. Picking Up The Story (3:11) - Harry Manfredini
3. Main Title (1:37) - Harry Manfredini
4. At The Store (2:59) - Harry Manfredini
5. Jason Watches/Shelly´s Joke (1:38) - Harry Manfredini
6. In The Barn (3:19) - Harry Manfredini
7. In The Shower (1:08) - Harry Manfredini
8. Reading Fangoria (0:08) - Harry Manfredini
9. Fire Poker (1:03) - Harry Manfredini
10. Jason Through The Window (2:03) - Harry Manfredini
11. Final Battle (1:57) - Harry Manfredini
12. Why Won´t He Die (1:00) - Harry Manfredini
13. Theme From Friday The 13th Part III (3:41) - Harry Manfredini & Michael Zager, Hot Ice
14. Moments Of Madness (11:24) - Harry Manfredini