quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Beefeaters - Beefeaters (1967)


Dinamarca, 1967.

Qual a chance de aparecer uma banda antenada com o que acontece fora de seu país, que está teoricamente longe da efervescência da época, mandar bem e ser precursora em certos aspectos musicais? Tá, se tomarmos como exemplo o álbum que temos aqui a chance é até que grande, e ainda sai bom pra caralho.

O protótipo dos Beefeaters foi formado em Copenhagen no comecinho de 1964, mas a formação final se fez com a entrada do guitarra e vocal Peter Thorup, em 1966: época do freakbeat(garage europeu), do garage e da psicodelia (sim senhor, o ano do Psychedelic Sounds, do 13th, entre tantos outros). Em 1967, os Beefeaters tocaram como banda de apoio pra Pink Floyd e Jimi Hendrix nas suas turnês pelos países nórdicos, o que mostra o calibre dos dinamarqueses.

Em relação a essa sonzeira, é uma levada meio garage, mas bem inovadora em alguns aspectos: várias músicas tem uma levada meio soul/funk, com um orgão/piano tocado pelo ser chamado Morten Kjærumgård (SUPREMO), que complementa perfeitamente a voz fudida de Thorup, também um guitarrista de mão cheia. Amostras dessa união são "I Want You", além de em "Papa's Got A Brand New Bag", sem contar o resto do álbum.

Também tem uma levada psicodélica bem da época, em "Night's Flight" ee "Let Me Down Easy", que me parece um Doors soulzado, fortíssimo. Há a presença também de blues, como dá pra ver em "My Babe" e "Summer Scene", sem deixar o beat dos anos 60 de lado, claro: "It Ain't Necessarily So" e "Crossroads" marcam seu território. E o baixista e o baterista ( respectivamente Fleming "Kieth" Volkersen e Erling "Mozart" Madsen) seguram bem a cozinha, mantendo o som forte e bem organizado.

Concluindo, é um excelente álbum dessa banda nórdica que conseguiu mesclar elementos bem variados, criando uma música muito boa, muito concisa e madura pra época e local em que foi feita, e mesmo hoje em dia se sobressai. Com certeza merece mais atenção do que foi dada até hoje.

Ouçam agora, que vale - e muito - a pena!


Faixas:
01 - It Ain't Necessarily So
02 - Crossroads
03 - My Babe
04 - I Want You
05 - Hey Little Girl
06 - Papa's Got a Brand New Bag
07 - Let Me Down Easy
08 - Shakin' Fingerpop
09 - Night Flight
10 - Summer Scene


e está lá, como sempre.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Pharoah Sanders - Africa (1985)

Em quase a totalidade do século XX, havia vários saxofonistas que rondavam os Estados Unidos de costa a costa fazendo um som e ganhando a vida. Sanders era apenas mais um desses. Tocou em diversas bandas já jovem e viajado, e fez parte de uma das enormes bandas de Sun Ra, que lhe cunhou o título/apelido de Pharoah. Como já sabemos, Sun Ra era todo metido em egiptologia, sabe-se lá de onde veio essa alcunha.
Nos anos 60, a fama de Pharoah foi consagrada. Colhendo os frutos de seu reconhecimento com Sun Ra, gravou, em 64, seu primeiro álbum como líder do grupo. O disco se chamou, com efeito, “Pharoah’s First”, e acarretou num convite deveras importante para Sanders: um convite de John Coltrane.
Coltrane, naquela época, estava gostando muito da sonzeira mais libertária de ícones como Ornette Coleman, e decidiu ramificar seu trabalho para essa área. Formou uma infantaria de dois trompetes, dois sax-alto e três sax-tenor. Sanders entrou nessa terceira categoria, e lá começou, definitivamente, seu momento no Jazz. O disco se chamou Ascension, e é marco da história da música, com muitos solos e liberdade com licença.
Daí em diante, Pharoah fez a festa. Consagrou-se no estilo que atualmente é chamado de Cutting-edge Jazz, uma forma mais ácida do jazz que seria como um fusion-tradicional-contemporâneo. Não se preocupe, explicarei-me.
O fusion fica na liberdade, na dinâmica nova dos timbres e efeitos, no caso do sax o preferido de Pharoah é o over-blowing, técnica que consiste em estourar mesmo o som do instrumento, soprando pesado.
O tradicional está, principalmente, nas formações usadas e, em certos momentos, na execução de temas. Há, é claro, momentos que essa tradição foi deixada de lado.
A contemporaneidade está no som. No som anárquico de Sanders, no timbre, na técnica, na primazia. Cabe dizer que o referido som é único, mesmo apresentando influencias claras de Coltrane e Sun Ra, além de Freddie Hubbart.
Em 85, Pharoah lançou o álbum “Africa”, no qual é além de intérprete, fazedor de grandes temas. Tocou, nesse álbum, músicas como “Naima” ou “Speak Low”, mas com um arranjo que é bem só.
A música que dá nome ao disco é bem interessante, é um som um tanto étnico que não parece ter muita etnia, raça ou cor. Os gritos de do coro são, sem duvida, palavras de ordem da música, ou de desordem da música. Há influências de ritmos popularizados na América central, como a salsa além, é claro do bom batuque africano, que acoberta e é bom de escutar.
Minha faixa favorita é “You’ve Got to Have Freedom”. Nela percebemos a versatilidade do som de Sanders, que caminha do estridente ao aveludado em um mesmo compasso. O over-blowing é bem perceptível nessa faixa também.
Alias, se alguém souber o que está escrito na capa, depois me conte, por favor.
Escute Pharoah. Escute-o.

Faixas:
01. You've Got To Have Freedom
02. Naima
03. Origin
04. Speak Low
05. After The Morning
06. Africa
07. Heart To Heart
08. Duo

link pra downloadar tá nos comentários.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Dom Um Romão - Hotmosphere (1976)


Agora eu tenho um disco digno.
Dom Um Romão, é o meu sujeito digno, baterista carioca nascido no dia 3 de Agosto de 1925, junto a João Gilberto é tido como um dos criadores da batida da Bossa Nova. Trabalhou na Rádio Tupi, acompanhando cantores e nos anos 50 formou o Copa Trio, é tido como o responsável por introduzir Elis Regina no meio do Beco das Garrafas, lendário local onde surgiu a bossa nova.
Na década de 60 juntou-se a Sérgio Mendes para executar shows nos EUA, na disseminação da música brasileira por lá. Tocou em shows com Elis Regina, Quarteto em Cy, Elizeth Cardoso entre outros.
No final da década de 60, casado com Flora Purim, voltou aos EUA e participou de discos de Jobim e Tonny Bennet.
Na década de 70 entretanto vem um grande marco de carreira, quando tornou-se integrante do Weather Report, banda de Fusion, comparável aos Headhunters de Herbie Hancock e ao Pat Matheny Group, foi considerado um dos grandes inovadores da linguagem do Jazz. Apenas então em 1972 que lançou seu primeiro disco solo, "Dom Um Romão". Na década de 80 foi morar na Suiça e sempre participou de festivais de Jazz e Samba ao redor do mundo.
É um baterista diferenciadíssimo e o disco de hoje é de 1976, já depois das suas experimentações jazzísticas e fusiônicas (?!), arranjado por Célia Vaz, formada pelo Conservatório Brasileiro de Música e Instituto Villa Lobos e pela Berklee School of Music em Boston, com Dom Salvador no piano, pianista que tornou-se profissional aos doze anos e excursionou pela Europa com Edu Lobo entre outros, Cláudio Roditti no Trompete, incrível trompetista que cativou Dizzy Gillespie e Ed Lincoln, e Sivuca no Violão e vocais, conhecido por disseminar a sanfona do meu nordeste, além de multiinstrumentista e virtuose como seu colega, Hermeto Pascoal, que não requer introdução.
Tudo isso em mente esse disco traz uma sonoridade incrível, músicas diferenciadas, tocadas de forma única, com arranjos bem brasileiros, e genialidade fluindo pela janela nisso que é um brilhante e legítimo Jazz Brasileiro.

Faixas:

  1. "Escravos de Jó" 4:06
  2. "Mistura Fina" 3:01
  3. "Caravan" 5:14
  4. "Spring" 3:33
  5. "Pra Que Chorar" 4:44
  6. "Amor en Jacuma" 5:28
  7. "Tumbalele" 3:21
  8. "Piparapara" 3:53
  9. "Chovendo na Roseira" 3:16
Link nos COmmENTS

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Grateful Dead - Workingman's Dead (1970)


Eita.
Tá ficando difícil manter o ritmo de postagem, bendita faculdade.
Bom, tentando agora dar uma revitalizada eu vou fugir do Funk e vou migrar para o, levemente similar, quanto à escrita, Folk.
O Grateful Dead, chamado por vezes de The Dead, é uma banda americana de 1966, mais ou menos, direto da Califórnia, surgiu junto como Jefferson Airplane, com a Janis Joplin, encaixando-se precisamente nesse meio costa Oeste americana do Rock Psicodélico. E se eu não me engano eu já citei o Jerry Garcia num post aí, acho que o do Takes Off, primeiro disco do Jefferson Airplane.
Esse sujeito, o tal Jerry Garcia, que tocava banjo e guitarra, o Bob Weir, guitarrista também, e o Ron "Pigpen" McKernan que tocava um Hammond como poucos, tocavam juntos numa banda chamada Mother McCree's Uptown Jug Champions, que não emplacou. Aos três juntaram-se o baixista de formação clássica, Phil Lesh, e o baterista Bill Kreutzmann. Em 1966 eles tocaram, alavancados pelo LSD, em um dos primeiros festivais de música psicodélica que ocorreram na história do Rock'n'Roll americano, o Trips Festival.
Há uma ou outra explicação para o nome da banda e talvez este seja o local adequado para divulgá-las. A primeira, diz que num dia, Jerry Garcia abriu uma enciclopédia e encontrou lá o verbete "Grateful Dead" que seria referente a uma alma que agradesce ao vivo pelo seu enterro. A segunda explicação diz que certo dia quando Jerry Garcia levanou um dicionário várias páginas caíram e as palavras Grateful e Dead apareceram juntas, e ficou por isso mesmo. Quem quiser acreditar, tá aí.
A banda tocou em Woodstock em 1969, junto com tantos outros, que é desnecessário listar aqui.
Bom, em 1970 o Dead lançou seu quarto disco de estúdio, o Workingman's Dead. É um disco curtinho, 35 minutos da sua vida, que deveram se repetir, porque são bons. Para qualquer apreciador de boa música, há nesse disco uma mescla entre Blues, Folk, Bluegrass, Country e uma montanha de Rock Psicodélico. O que mais me agrada aqui, no entanto, são os vocais de Bob Weir e Jerry Garcia, que se misturam de forma brilhante. Traz belas músicas como "New Speedway Boogie", "Casey Jones" entre outras
Eu já escutei esse disco mais constantemente, agora é algo mais de eventualidades, porém é sempre agradabilíssimo escutar.

Faixas:
  1. "Dire Wolf" 3:15
  2. "Uncle John's Band" 4:45
  3. "High Time" 5:16
  4. "New Speedway Boogie" 4:08
  5. "Cumberland Blues" 3:18
  6. "Black Peter" 5:45
  7. "Easy Wind" 5:01
  8. "Casey Jones"
Link nos Comments.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Parliament - Mothership Connection (1975)


"Boa noite! não tente mudar seu rádio, não há nada errado,
nós tomamos controle para lhe trazer esse show especial,
você o terá de volta assim que estiver no Groove
Bem vindo à rádio W E F U N K, mais bem conhecida como We-Funk"
E dessa forma começa o Mothership Connection, quarto álbum gravado pela banda Parliament, banda de George Clinton (tido como um dos pais do Funk, junto de James Brown e Sly Stone), apresentada previamente no post do primeiro disco da banda, Osmium.
Pessoalmente, eu julgo ser o melhor disco da banda, no meio da década de 70, como previamente dito, o Funk no seu auge e o Parliament solta um disco conceito. Segundo George Clinton o objetivo era colocar o negro em situações na qual ninguém o veria normalmente, e o fã de Star Trek optou por colocá-lo no espaço.
Cara, na boa? É o que eu gosto de escutar todo dia, não paro de ouvir e eu não precisei me dar ao trabalho de fazer um texto muito extenso de apresentação, porque ela já tá no blog.
"P.Funk (Wants to Get Funked Up)" é fodida, "Supergroovalisticprosifunkstication" é outra sensacional, "Give Up The Funk (Tear the Roof Off The Sucker)", etc. Não meço palavras aqui. um dos meus discos favoritos, para você ouvir e curtir.
Bom feriado, bom SWU para aqueles que vão, etc e tal.

Faixas:

  1. "P. Funk (Wants to Get Funked Up)" 7:40
  2. "Mothership Connection (Star Child)" 6:12
  3. "Unfunky UFO" 4:24
  4. "Supergroovalisticprosicfunkstication" 5:04
  5. "Handcuffs" 4:03
  6. "Give Up The Funk (Tear The Roof Off The Sucker)" 5:47
  7. "Night of The Thumpasarous Peoples" 5:12
  8. "Star Child (Mothership Connection)" [Promo Radio Version] 3:08
Funkylinknoscommenstgroovielicious

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Earth Wind & Fire - That's The Way of The World (1975)


Salve salve, saqueadores e saqueatrizes!
Já havia muito tempo que eu não vinha parar nesse blog para postar qualquer coisa e eis que me veio a idéia de postar um som do Neville Brothers, mas quem diria, o disco que eu estava pensando já está presente aqui no blog, o Yellow Moon (1989), então me dobrei para achar algo que eu vinha escutando e caberia bem nesse blog. Eis que me veio à mente o Earth Wind & Fire.
Banda formada em 1970 por Verdine e Maurice White, baterista da Chess Records (Chuck Berry, Muddy Waters, Etta James, etc), só que há um problema. A banda tinha 10 membros e eu tenho preguiça.
Então vamos tentar organizar os músicos por instrumentos, já que essa cambada era capaz de tudo... O BAIXISTA era Verdine White, na BATERIA faziam turnos, Fred, Maurice White e Ralph Johnson, a FLAUTA e o SAXOFONE eram de Andrew P. Woolfolk, as GUITARRAS eram tocadas por Al McKay e Johnny Graham, a CALIMBA (para os curiosos, está na wikipedia) pertencia ao criador e produtor da banda Maurice White, PIANO, ÓRGÃO, SINTETISADOR E MOOG nas mãos de Larry Dunn, os VOCAIS por Maurice, Verdine White e Philip Bailey.
Tomara que minha confusão tenha contagiado vocês e assim eu receba uma absolvição de quem se deu ao trabalho de ler.
O disco foi trilha sonora de um filme homônimo no qual estavam os músicos da banda fazendo papéis ficcionais de si mesmos.
Enfim, o som aqui presente traz muito do Sly & The Family Stone, com uma pegada bem Disco, um xablau de Gospel e muito, muito Groove. Ficam em destaque as músicas "Happy Feeling" e "Shining Star", pelos seus ritmos acelerados e exceso de Feeling.
Aquele abraço, qualquer dia o A Whole New Thing do Sly & The Family Stone.

Faixas:

  1. "Shinnig Star" (2:51)
  2. "That's The Way of The World" 5:47
  3. "Happy Feeling" 3:37
  4. "All About Love" 6:37
  5. "Yearnin', Learnin'" 3:41
  6. "Reasons" 5:02
  7. "Africano" 5:12
  8. "See The Light" 6:21
Link devidamete posto nos comments.

domingo, 19 de setembro de 2010

The Roots Of Chicha: Psychedelic Cumbias From Peru (2007)

Ritmo tradicional da Colômbia, a Cúmbia é a mistura de tambores de origem africana com instrumentos indígenas e poesia espanhola. Apesar de sua origem colombiana, o gênero musical difundiu-se rapidamente pelos países vizinhos, tornando-se um dos mais populares das nações da América Latina de língua castelhana. Como era de se esperar, foi sofrendo variações, ganhando subgêneros regionais. Falarei aqui sobre um deles: a Cúmbia Amazônica, também chamada de Chicha (nome de um licor Inca), que surgiu na região peruana da floresta quando esta, no final dos anos 60, vivia um grande desenvolvimento urbano em função do petróleo.
Por meio da TV e do rádio, os artistas das cidades locais passaram a entrar em contato constante com o rock estadunidense e britânico. Influenciados, incorporaram à sua música popular elementos da psicodelia e do surf-rock, passando a usar instrumentos elétricos como guitarras, órgãos fárfisa e até mesmo sintetizadores moog. O resultado disso é a Chicha, miscigenação entre a Cúmbia tradicional do Peru e o pop internacional.
Em outras palavras, o rock entrou direto na música peruana como uma manifestação cultural autêntica, e não como mera imitação de padrões estrangeiros (como reclamei que acontecia no disco "Steam Kodok", de Singapura, que postei aqui semana passada). Não à toa, é comum encontrarmos por aí comparações entre a Cúmbia Amazônica e a Tropicália no Brasil, afinal ambos tinham forte caráter antropofágico. A diferença, porém, é que, enquanto o tropicalismo foi pensado e aplaudido por uma nata de artistas intelectualizados, a Chicha surgiu como uma forma popular, elogiada nas pistas de dança e não entre os críticos.
Por causa disso, o gênero acabou por ficar esquecido, sem nunca ter ido além das fronteiras de seu país de origem. Eis que, em 2007, a Barbes Records organizou "The Roots of Chicha", a primeira coletânea de Cúmbias Amazônicas lançada fora do Peru. E aqui está ela.
Trata-se de um álbum sensacional do começo ao fim, com músicas bem embaladas e envolventes. Há, entre elas, tanto faixas instrumentais (entre essas, vale dar destaque ao "Sonido Amazônico" dos Los Mirlos e "Para Elisa", versão "chichada" da música de Beethoven feita pelos Los Destellos) quanto com vocal (como "Ya Se Ha Muerto Mi Abuelo", de Juaneco y Su Combo).
Enfim, enfim, estou me prolongando demais aqui... Fiquem com o disco.

Ah, outra coisa: li que no dia 12 de Outubro vai sair a continuação da coletânea, "Roots Of Chicha vol.2". Fiquem atentos, quem sabe não posto ela aqui no Saqueando logo mais...

Faixas:
1. Sonido Amazonico - Los Mirlos
2. Linda Nena - Juaneco Y Su Combo
3. Carinito - Los Hijos del sol
4. A Patricia - Los Destellos
5. Sacalo Sacalo - Los Diablos Rojos
6. Ya Se Ha Muerto mi Abuelo - Juaneco Y Su Combo
7. El Milagro Verde - Los Mirlos
8. Para Elisa - Los Destellos
9. Linda Munequita - Los Hijos Del Sol
10. Muchachita del Oriente - Los Mirlos
11. Para Elisa - Los Destellos
12. Vacilando Con Ayahuesca - Juaneco Y Su Combo
13. El Guapo - Los Diablos Rojos
14. Mi Morena Rebelde - Eusebio y Su Banjo
15. Si Me Quieres - Los Hijos Del Sol
16. Me Robaron Mi Runa Mula - Juaneco Y Su Combo
17. La Danza de Los Mirlos - Los Mirlos

Link para download nos comentários, muchacho.
Mas se cê tiver com preguiça de baixar, dá pra ouvir pelo MySpace.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

The Kinks - Are The Village Green Preservation Society (1968)


Ah o rock'n'roll.
Outra grande banda do gênero vai pipocar hoje no saqueando, sim, The Kinks.
O The Kinks era uma banda inglesa muito boa, se você quer saber mesmo. Estouraram em 1964 com o disco The Kinks, que trazia alguns covers como "Beautiful Delilah" e "Too Much Monkey Business" de Chuck Berry, assim como tinha também músicas próprias como o sucesso "You Really Got Me", lançado em agosto do mesmo mês e razão principal do grande sucesso da banda.
A formação original do grupo consistia nos irmãos (Dave e Ray) Davies, ambos guitarristas, Pete Qualife, baixista e Mick Avory, baterista. Nos estúdios ainda tinham a companhia de Nicky Hopkins, pianista, aquele do cd Truth (1968) do Jeff Beck.
Enfim, em 1968 a banda lançou o seu último cd com a formação original. O disco em questão é esse do título enorme aí. É um disco conceito, inspirado numa viagem de Ray Davies para a cidade rural Devon.
O disco é tido como um dos melhores e mais influentes da banda, é claro que não faltam comparações com o sgt Peppers, mas eu vou me abster de falar qualquer coisa nesse aspecto, quem se interessar em falar, tem meu convite para fazer algum comentário. Músicas como "The Village Green Preservation Society", "Village Green" (música que foi o fator catalístico na gravação do disco, uma vez que ela foi tocada pela primeira vez nas gravações de Something Else (1967)), "Picture Book", "Animal Farm" e várias outras mostram o que é o disco, uma mescla de baixo e bateria bem tocados, precisos, conscientes, uma guitarra sem pressa e arranjos vocais espetaculares (aqui vale um comentário próprio, lembrei da Tulipa Ruiz, na música "Picture Book" (do Kinks), os backing vocals do grupo inglês lembram o vocal da cantora em "Às Vezes").
Aquele abraço, em breve pirações peruanas do Caião.

Faixas:
  1. "The Village Green Preservation Society" 2:53
  2. "Do You Remember Walter?" 2:28
  3. "Picture Book" 2:36
  4. "Johnny Thunder" 2:30
  5. "Last of The Steam-Powered Trains" 4:12
  6. "Big Sky" 2:52
  7. "Sitting By The Riverside" 2:25
  8. "Animal Farm" 3:03
  9. "Village Green" 2:13
  10. "Starstruck" 2:30
  11. "Phenomenal Cat" 2:40
  12. "All of My Friends Were There"
  13. "Wicked Anabella" 2:45
  14. "Monica" 2:20
  15. "People Take Pictures of Each Other" 2:18
Link devidamente colocado onde pertence, nos palpites.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Cream - Fresh Cream (1966)


Seguindo a toada daquele último post, eu confirmo o que disse e trago para vós um novo disco no saqueando, depois do primeiro disco de Jimmy Page pós Yardbirds e do primeiro disco Jeff Beck pós Yardbirds trago o primeiro disco de Eric Clapton pós Yardbirds.
O Cream foi formado em 1966 após a saída do gênio, guitarrista e vocalista Eric Clapton do Grupo Yardbirds e da John Mayall's Bluesbreakers, por sentir-se sufocado (parece papo de namorado), mas quem diria que naquele momento ele (Clapton) já era considerado o melhor guitarrista da Inglaterra, e não por falta de razões.
Foi nesse mesmo ano que encontrou Ginger Baker, baterista do Graham Bond Organisation, que apresentou Jack Bruce, baixista, pianista e gaitista, que também tocava na GBO e estava cansado dos ataques de Graham. O acordo se deu numa estrada para Londres, Baker propôs e Clapton aceitou sob uma condição, que Jack Bruce fosse o baixista.
Senhoras e senhores temos o primeiro grande trio da história do Rock'n'Roll, isso por que além deles eu penso na Jimi Hendrix Experience, vale lembrar que Hendrix era fã assumido do Cream e quis uma banda apenas com três membros em função da banda inglesa, além dessas duas eu consigo lembrar só do Rush e do Emerson, Lake & Palmer, mas nenhuma é tão emblemática quanto a Experience ou o Cream.
Bom, meus caro o primeiro cd traz excelentes músicas além de grandes demonstrações de aptidão dos músicos (leia-se fodelância [sic] músical, e me desculpem pelo termo, mas hoje eu vou deixá-lo aqui) o Cream é uma das primeiras sementes do Rock Psicodélico que englobaria tantos artistas que nem vale à pena citar.
Músicas como "I Feel Free" e "Toad" são mais conhecidas ao ouvido, mas fica a dica para "Spoonful", "Cat's Squirrel", o blues, que aponta muito bem o gosto de Clapton, "Sleepy Time Time" e todas as outras. CDZAÇO

Faixas:
  1. "I Feel Free" 2:53
  2. "N.S.U." 2:48
  3. "Sleepy Time Time" 4:24
  4. "Dreaming" 2:01
  5. "Sweet Wine" 3:20
  6. "Spoonful" 6:29
  7. Cat's Squirrel" 3:08
  8. "Four Until Late" 2:11
  9. "Rollin' And Tumblin'" 4:44
  10. "I'm So Glad" 3:59
  11. "Toad" 5:12
  12. "The Coffee Song" 2:47
  13. "Wrapping Paper" 2:24
Link nos Comments

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Monsueto Menezes - Mora na Filosofia dos Sambas de Monsueto (1962)

Carioca da extinta Favela do Pinto, Monsueto Menezes foi uma peculiar figura da cultura popular brasileira dos anos 50 e 60. Com um metro e oitenta de altura e inquestionável bom-humor, fez fama como comediante em quadros de programas rádio e TV, atuou em 17 filmes (nacionais e estrangeiros) e ainda ganhou, no fim de sua curta vida, respeito como pintor primitivista. Porém, o que lhe garantiu entrada para a história foi, sem sombra de dúvidas, seu talento musical.
Sambista da melhor categoria, Monsueto foi, antes de um bom cantor, um grande compositor. Não à toa, suas melhores canções foram eternizadas nas vozes de outros intérpretes. É o caso dos clássicos "Me Deixa Em Paz", gravado por Milton Nascimento em "Clube da Esquina", e "Mora Na Filosofia", que Caetano gravou no álbum "Transa". Entretanto, na ocasião do lançamento dessas duas versões, em 1972, Monsueto já era há muito um artista consagrado, cujo auge da carreira já tinha inclusive ficado pra trás (viria a falecer no ano seguinte).
Pois é, falemos logo então da carreira do cara... Menezes começou a vida artística nos anos 40 tocando bateria em conjuntos como a Orquestra do Copacabana Palace. Em 1952 teve sua primeira canção gravada: "Me Deixa em Paz", na voz de Linda Batista. Daí em diante, foi ganhando destaque como compositor e passou a ser sucesso nos carnavais e shows cariocas. Assim, em 1962, já consagrado, Monsueto gravou seu único álbum, que trago aqui hoje.
Em "Mora na Filosofia dos Sambas de Monsueto", o sambista interpreta a nata de sua obra em uma série de embalados pout-pourris. As letras, quase sempre bem-humoradas, transitam principalmente entre temas amorosos (em especial a dor de corno), mas não só ("Lamento da Lavadeira" e "Fogo no Morro", por exemplo, têm certo cunho social). É possível ainda ouvir, entre as paradas e breques, Monsueto exclamando algumas das gírias que cunhou e/ou popularizou em seus quadros de TV na época, tais quais "ziriguidum", "diz!", "castiga..." e, é claro, "morou?".
Enfim, trata-se de um grande álbum, bom pra chacoalhar os quadris, mas talvez um pouco repetitivo para ser ouvido de cabo a rabo em função da maior parte das faixas repetir uma forma muito parecida de samba. Resta agora que você more no disco. Boa sorte.
(Ah... Procurei por cenas do Monsueto na TV no youtube e não achei nada de relevante senão um vídeo dele cantando "Ziriguidum" com a Elza Soares. Se alguém tiver algum registro melhor, deixa nos comentários, por favor! Valeu)

Faixas:
1. Bateria e solo de percussão
2. Mora na Filosofia/Couro do Falecido
3. Tá Pra Acontecer/Levou Fermento
4. Me Empresta Teu Lenço/Me Deixa em Paz
5. Rua Dom Manuel/Senhor Juíz
6. A Fonte Secou
7. Copacabana de Tal/Esse Samba Tem Parada
8. Água e Azeite/Na Menina dos Meus Olhos
9. Lamento da Lavadeira/Na Casa de Antônio Jób
10. Nó Molhado/Morfeu
11. Segunda Lua de Mel/Fogo no Morro
12. Eu Quero Essa Mulher Assim Mesmo

Link nos comentários, morou?

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Busdriver - Temporary Forever (2002)

Enfim o contemporâneo!
Regan Farquhar era um menino que, desde cedo, estava inserido no universo hip-hop: seu pai fora produtor de filmes da cultura musical negra naquela época. Com nove anos de idade, já fazia rap em um grupo de LA, o “4/29”. Com 13 anos de idade, lançou seu primeiro disco, com esse mesmo grupo. Com 15 anos, já fazia presença na noite estadunidense.
Em pouco, lançou seu primeiro álbum solo, no qual usava o codinome de “Busdriver”; o nome do disco era “Memoirs of the Elephant Man”, e alavancou a carreira de mais um rapper da costa oeste. Esse, em especial, tinha a capacidade de cantar rápido. Muito rápido.
Enfim 2002. Nesse ano, Busdriver lançou o disco que aqui posto. “Temporary Forever” é diferente da maioria dos álbuns de rap vendidos e ouvidos. Ele é fiel ao que rap significa: o ritmo e a poesia. Quanto a essa, confesso que a “técnica vocal” de Busdriver não me permitiu entender mais que um terço do álbum, mas acredito que, nesse caso, a quantidade de letras se converteu em qualidade.
Quanto ao ritmo, outra peculiaridade. Busdriver caminha sobre diversos estilos ao decorrer do álbum. Mas você deve estar pensando: não era um disco de rap como outro qualquer? A poesia de Busdriver mostra-se versátil e usa, como base, diversos ritmos, qual o clássico (“Imaginary Places”, na qual a flauta toca uma famosa peça de Bach), ou o Jazz (“Jazz Fingers”). Nessa última, em especial, cabe citar a quase evidente proposta de Busdriver de sobrepor a música popular ao erudito ou ao elitista, usando o Jazz e o Clássico como base para a “música real”. O universo dissonante e o arritmico também marcam presença, e Busdriver lida muito bem com esses, vide “Single Cell Ego”.
Nas letras, vamos de Nashville até contas de gás em menos de dois segundos. É incrível a fartura da letra, a não monotonia dela e, ainda por cima, a criatividade impressionante do rapper. Cá entre nós, não é fácil ficar mais de uma hora falando no andamento mais rápido possível e sem ser repetitivo.
O disco não é de todo sério. Ele é de todo cômico, vide o tom de voz do nosso Rapper. Acho que o nome de certas faixas ilustram bem essa comicidade, a saber: “The Truth of Spontaneous Human Combustion” ou "Reality Sandwich".
Viva a revolução!

Faixas:
1. "New Aquarium"
2. "Imaginary Places"
3. "Along Came a Biter"
4. "Idle Chatter"
5. "Gun Control"
6. "Mindcrossings"
7. "Suing Sony"
8. "Stylin' Under Pressure"
9. "Single Cell Ego"
10. "Somethingness" (Featuring Radioinactive and Rhetoric, produced by Edit)
11. "Driver's Manual"
12. "The Truth of Spontaneous Human Combustion" (Featuring Of Mexican Descent)
13. "Opposable Thumbs"
14. "Unplanned Parenthood"
15. "Jazz Fingers" (Featuring Aceyalone)
16. "Reality Sandwich"
17. "Wrong Route"
18. "Post Apocalyptic Rap Blues"


LINKNOSCAOMENAA (link in comments)

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Jeff Beck - Truth (1968)


Algum dia, nesse blog eu falei de uma banda chamada Yardbirds, e como dela saíram três dos melhores guitarristas ingleses, entre eles, Jimmy Page, do Led Zeppelin e Eric Clapton, do Cream, que vai ser meu próximo post, já que eu acabei de perceber que não tem Cream no saqueando.
Bom, do Yardbirds também saiu Jeff Beck, esse dito cujo seguiu carreira solo e montou uma bandinha em 1968. Consistia em resumo dele próprio, na guitarra, o baixista era ninguém mais que Ronnie Wood, sim, o guitarrista dos Stones, na bateria sentava-se Micky Waller e nos vocais estava escalado um cantor que viria a ficar famoso hoje em dia com umas músicas meio água com açúcar, um tal de Rod Stewart. Esse é o Jeff Beck Group.
O disco também é famoso em função dos músicos convidados. O guitarrista de estúdio em ascensão, ninguém menos que o previamente citado Jimmy Page. Também o baixista, pianista e multiinstrumentista John Paul Jones, também futuro Zeppelin na ocasião, já que o disco foi gravado em agosto, entre o último show dos Yardbirds e o primeiro do The New Yardbirds, vulgo Led Zeppelin na turnê da Escandinávia (mais informações neste post). Tocou também o pianista Nicky Hopkins, que performou com vários artistas, entre eles os Beatles, os Stones, Kinks, The Who e até Jefferson Airplane. Por fim, mas também incrível o baterista Keith Moon, do The Who, talvez o melhor baterista de Rock'n'Roll de todos os tempos tocou na música "Beck's Bolero". Tudo isso viria a ser amarrado pelo produtor que também trabalhou com The Animals e Suzi Quatro.
Tendo isso dito, o que eu trago aqui não é nada menos que um dos maiores discos de música popular da história. Traz algumas músicas emblemáticas como "Beck's Bolero", gravada em 1966, alguns blues como "You Shook Me" de Willie Dixon, "Rock My Plimsoul" do próprio Beck e de Rod Stewart.
Enfim, baita pérola que, se eu fosse você, não abriria mão de ter.
Por sinal, o disco foi lançado de novo recentemente com faixas bônus que não estão inclusas no upload.

Faixas:
  1. "Shapes Of Things" 3:21
  2. "Let Me Love You" 4:44
  3. "Morning Dew" 4:43
  4. "You Shook Me" 2:31
  5. "Ol' Man River" 4:02
  6. "Greensleeves" 1:50
  7. "Rock My Plimsoul" 4:14
  8. "Beck's Bolero" 2:25
  9. "Blues De Luxe" 7:30
  10. "I Ain't Superstitious"
Aquele abraço que eu vou viajar no feriadex
Fica o link nos comments

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Steam Kodok - 17 A-Go-Go Ultrarities From The 60's: Singapore and Southeast Asia Underground

Como já explica o subtítulo, "Steam Kodok" é uma coletânea de raras gravações de rock psicodélico provenientes do Sudeste Asiático na década de 60. No melhor estilo das coletâneas garageiras à lá Nuggets, o álbum reúne a nata das bandas 'underground' de Singapura, Tailândia e Malásia. Quer dizer, 'underground' só aos nosso olhos de ocidentais do século XXI, pois, a julgar pela qualidade do som, os grupos deviam ser (e eram) relativamente famosos em seus países de origem.
Apesar da proveniência exótica das faixas ser o grande apelo do álbum, são poucas e raras as marcas da cultura local em seu conteúdo. A maioria das músicas apenas imita um modelo americano/inglês de rock, só que cantado em língua oriental. O que não torna o disco pior, nem melhor. É tudo muito bom, mas pouco original, mais ou menos que nem a rapaziada da Jovem Guarda no Brasil (ó, dura vida de terceiro mundo...).
Há, porém, algumas exceções. A mais notável é, sem dúvidas, "I Am A Drummer", de King Drummer, que não tenta esconder suas origem singapurianas, mas também não perde a atitude roqueira. Já a sombria "Unknown", de Fox, tende para um lado mais experimental, acompanhada por gritos e gemidos que parecem miados de gato. Por fim, "Hu Pi Tzu Shau Hsiang", faixa inteiramente instrumental do The Quests, se aproveita da moda da cítara para assumir suas raízes orientais. De resto, são todas músicas muito boas, mas pouco surpreendentes.
E, ah, só mais um comentário final: o álbum teve uma versão em CD lançada em 2003, com 26 faixas ao invés de só 17. Conforme for, vou colocar link pras duas nos comentários. Bom, isso é tudo por hoje, pessoal.

Faixas:
1. Mungkir Janji - D4 Ever
2. Ikan Todak - Les Califas
3. Chock Chock Kundong - Mike Ibrahim & The Nite Walkers
4. Gembira Ria - Rosna & The Siglap Five
5. Unknown - Fox
6. Mak Itty Mai Illa - Kassim Slamat & The Swallows
7. Buttons and Bows - Ronnie Ong
8. Barabajagal - October Cherries
9. Nga Lompok A Go Go - Kassim Slamat & The Swallows
10. I'll Be Your Man - The Quests
11. Bad Looser - Naomi & The Boys
12. Senyum Selalu - Mike Ibrahim & The Nite Walkers
13. Hu Pi Tzu Shau Hsiang - The Quests
14. Bersedia - Ismail Haron & The Guys
15. I Wish You Would - The Dynamics
16. Runaway - The Antartics
17. Unknown - King Drummer

Link pra download nos comentários.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

The Turtles - EP (1967)


Formada em 1965 o The Turtles é outra banda americana e sessentista da Califórnia, originalmente chamados The Crossfires from The Planet Mars, ou simplesmente The Crossfires, eventualmente seriam chamados de The Tyrtles, algo entre The Beatles e The Byrds, mas no final ficaram com The Turtles mesmo.
Assim como o The Byrds a banda atingiu sucesso com um cover de Bob Dylan, o The Turtles gravou uma versão de "It Ain't Me", de 1964, que apareceu no disco The Other Side of Bob Dylan, a versão era bastante semelhante à original e foi o primeiro passo de sucesso do grupo.
O seu maior sucesso, entretanto é bastante conhecido por aí e se chama "Happy Together".
O disco postado hoje é um EP no qual foi lançado a tal música conhecidíssima e fica aqui de presente, traz muita influência do R&B americano, que também influenciaria muito o som inglês. Uma pegada meio Otis Redding com Beatles, sei lá. Bem bacana.
Em breve meu post de verdade dessa semana.
Um Jeff Beck, já que ele tá vindo pra cá.

Faixas:
  1. "So Happy Together" 2:53
  2. "We'll Meet Again" 2:28
  3. "Can I Get To Know You Better" 2:37
  4. "Like The Seasons" 1:51
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sábado, 21 de agosto de 2010

Big Mama Thornton - Stronger Than Dirt (1969)


Blues beibe.
Bom, grande parte dos artistas do rock foram influenciados por Chuck Berry no jeito de tocar guitarra, aprenderam com Jerry Lee Lewis e Little Richard como ser um frontman e por aí vai, mas de onde veio o estilo de cantar de Janis Joplin, Koko Taylor, Aretha Franklin e tantas outras? Bom, meus caros, veio desta grandiosa cantora e compositora Big Mama Thornton.
Nasceu no Alabama no dia 11 de dezembro de 1926 com o nome Willie Mae Thornton. Tal qual a maioria das cantoras de Blues começou a cantar na igreja, precisamente naquela em que seu pai era pastor e sua mãe e irmãos cantores. Aos 14 anos, em 1941 saiu de sua cidade após a morte de sua mãe e se juntou à Sammy Green's Georgia-based Hot Harlem Revue na qual cantou por 7 anos.
Em 1951 juntou-se à Peacock Recordings na qual gravou em 1952 o seu primeiro grande sucesso, muito conhecido ao redor do mundo na voz do rei Elvis Presley, "Hound Dog". O lado B deste disco era "They Call Me Big Mama", o single vendeu mais de 2 mi de cópias etc e tal. Curiosamente outra música teve o mesmo destino. Gravada a princípio por Big Mama, "Ball and Chain" foi um dos grandes sucessos de Janis Joplin.
Em 1966 e 1968 tocou no Monterrey Jazz Festival, apresentou-se também em 1952 no Apollo Theatre de Nova Iorque.
Em 1969, depois de alguns bons cd's incluindo Big Mama Thornton With The Muddy Waters Blues Band e alguns singles, lança o discaço de blues Stronger Than Dirt. O disco traz clássicos como as já citadas "Hound Dog" e "Ball and Chain", "Summertime" o clássico de George Gershwin. Essas três é previsível que estejam extraordinárias, mas eu gostaria de citar duas músicas também espetaculares: "Funky Broadway" e "Ain't Nothing You Can Do".
Uma artista elementar para a história da música popular mundial especialmente para a história do blues e do Rock'n'Roll.

Faixas:

01. Born Under a Bad Sign (3:44)
02. Hound Dog (2:25)
03. Ball And Chain (4:40)
04. Summertime (4:12)
05. Rollin' Stone (3:56)
06. Let's Go Get Stoned (4:30)
07. Funky Broadway (4:16)
08. That Lucky Old Sun (3:36)
09. Ain't Nothin' You Can Do (3:40)
10. I Shall Be Released (4:38 )

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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Renato Mendes - Electronicus: Música Brasileira Interpretada em Moog Synthesizer (1974)

Desenvolvido em 1963 pelo músico e engenheiro estadunidense Robert A. Moog, o Moog (pronuncia-se "mógue") é o mais popular tipo de sintetizador moderno. Apesar de muitas vezes confundido com órgãos elétricos, diferencia-se destes por apresentar uma capacidade criar inúmeros timbres, enquanto os órgãos apresentam um número limitado de tipos de sons possíveis.
O principal responsável pela introdução do tal instrumento no mercado musical foi Walter Carlos, que gravou o clássico "Switched-On Bach" (1968), além da trilha sonora do filme Laranja Mecânica (1971). Já no rock, o Moog teve sua vez no progressivo, nas mãos do tecladista Keith Emerson, da banda Emerson, Lake & Palmer.
E na MPB, como fica a história? Pois é, meus senhores... O que trago aqui hoje está entre as primeiras investidas de brasileiros em álbuns só de sintetizadores, tendo sido antecedido apenas pela "Banda Elétrica", de 1973.
Gravado em 1974, "Electronicus", disco do desconhecido Renato Mendes (não consegui achar nada sobre o cara, se alguém tiver informações dá um toque aí), traz interpretações em Moog de faixas clichês da música brasileira, como "Desafinado" e "Tarde em Itapoan". Não se trata de uma obra-prima, nem nada do tipo, mas é muito divertido. Da forma que é usado aqui, o sintetizador dá às músicas um tom bem-humorado e debochado, com qualquer coisa de circense, assassinando o charme de belas canções como "A Banda".
Bom... No fim das contas, "Electronicus", por mais que possa ser interessante, é um disco bem meia-boca. Admito que só tô publicando porque o post tava rascunhado há muito tempo e fiquei com pena de excluí-lo. Aí vai.

Faixas:
1- A Noite do Meu Bem
2- A Banda
3- Menina
4- Tristeza
5- Balanço Zona Sul
6- Tarde em Itapoan
7- Bolinha de Sabão
8- Desafinado
9- Marcha da 4a. Feira de Cinzas
10- A Tonga da Mironga do Kabuletê

Link para download nos comentários.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Doces Bárbaros - Doces Bárbaros (1976)


Êh laiá.
Hoje é um discaço. Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia se juntaram em 1976 para fazer uma turnê, a banda chamada Doces Barbáros ainda tem Tomás Improta tocando piano, ARnaldo Brandão no baixo, Perinho Santana na guitarra, Chiquinho Azevedo na bateria, sax e flautas tocados por Tuzé Abreu e Mauro Senise e Djalma Corrêa na percussão.
A banda teve seu fim proclamado em Florianópolis quando Gilberto Gil for preso por porte de maconha. É um grande disco de muita influência hippie e tropicalista. São especiais "Pé Quente, Cabeça Fria", 'Fé Cega Faca Amolada", "Chuckberry Fields Forever" e muitas outras. O disco foi bastante reprovado na época do seu lançamento por ser acusado de portar um som escapista e festivo em demasia para a época. Uma pena.
Além do disco, gravado ao vivo, por sugestão de Maria Bethânia e Gal Costa, rolou um documentário de Jom Tob Azulay.
"pé quente e cabeça fria", falou, fica este de brinde aí.

Faixas:
  1. "Eu e Ela Estávamos Ali Encostados na Parede" - 4:13
  2. "Esotérico" - 4:11
  3. "Eu Te Amo" - 3:00
  4. "O Seu Amor" - 4:29
  5. "Quando" - 4:15
  6. "Pé Quente, Cabeça Fria" - 3:19
  7. "Peixe" - 3:18
  8. "Um Índio" - 4:43
  9. "São João, Xangô Menino" - 4:32
  10. "Nós, Por Exemplo" - 4:06
  11. "Os Mais Doces Bárbaros" - 1:16
  12. "Os Mais Doces Bárbaros" - 6:43
  13. "Fé Cega Faca Amolada" - 5:31
  14. "Atiraste Uma Pedra" - 4:00
  15. "Pássaro Proibido" - 4:41
  16. "Chuckberry Fields Forever" - 5:25
  17. "Gênesis" - 8:48
  18. "Tarasca Guidon" - 7:31
Barbaridade! nos comments fica o link

domingo, 15 de agosto de 2010

Captain Beefheart & His Magic Band - Safe As Milk (1967)

Cara, me caiu agora a ficha de que não tem Captain Beefheart no Saqueando a Cidade. Falha gravíssima, devo dizer.
Don Van Vliet, o Beefheart, sempre foi uma criança criativa. Segundo o próprio, quando não estava por aí com seu melhor amigo Frank Zappa, estava trancado no quarto pintando e tinha de ser alimentado por um buraco na porta. É de se esperar, portanto, que suas composições sejam, no mínimo, excentricas. Pois é, camarada leitor, são sim, mas não perdem o brilho. Aliás, muito pelo contrário! São um exemplo a ser seguido em termos de experimentalismo, blues e psicodelia.
Em 1968, Beefheart formou a Magic Band e lançou o primeiro de muitos álbuns recheados de insanidades: Safe as Milk. O ar disciplinado do grupo na capa do disco e nos encartes garantiam um tom de requinte, pompa e circunstância em meio aos músicos junkies da década de sessenta. Para a surpresa geral do público, o interior da fruta é mais exótico do que o esperado. A pérola abre com a bluezeira "Sure Nuff 'n Yes I Do", sonzasso movido a slide guitar. "Zig Zag Wanderer" dá uma acelerada bastante surtada no ritmo do disco, que acaba diminuindo com "Call On Me". Dropout Boogie é mais uma doidera, bem ritmada e um pouco repetitiva, mas ainda assim interessante.
Mas vejam bem, não é só de excentricidades que o Capitão e sua trupe vivem. "I'm Glad" é uma balada bem soul, com uns back vocals bem transcedentais, realmente bem agradável e apaixonante. "Electricity", por outro lado, exala criatividade, especialmente pelo uso do theremin para os efeitos de fundo. A seguir, "Yellow Brick Road", uma interpretação satírica do universo de Oz, com um hilário tom infantilóide. O ponto alto do disco é "Abba Zaba", peça bizaríssima sobre um babuíno faminto e assassino. Destaque aqui para a percussão e as cordas, que dão à música um tom meio oriental.
"Plastic Factory", "Where's That Woman", "Grown So Ugly" e "Autumn's Child" encerram esta obra de arte, levando o som para algo um pouco menos freak, mas de igual qualidade. Vale citar também as faixas bônus, completamente despirocadas, excêntricas e indescritíveis. "On Tommorow", em especial, é uma bluezeira instrumental praticamente alucinante!
Como já deve ter ficado claro, é uma obra necessária para qualquer um que goste de música decente. E pros que não gostam também, vale a pena conferir. Beefheart é o ouro dos anos sessenta, não há porque não ouvir.
E tenho dito!

Faixas
1 - Sure 'Nuff 'n Yes I Do
2 - Zig Zag Wanderer
3 - Call On Me
4 - Dropout Boogie
5 - I'm Glad
6 - Electricity
7 - Yellow Brick Road
8 - Abba Zaba
9 - Plastic Factory
10 - Where There's Woman
11 - Grown So Ugly
12 - Autumn's Child
13 - Safe as Milk (Take 5)
14 - On Tomorrow
15 - Big Black Baby Shoes
16 - Flower Pot
17 - Dirty Blue Gene
18 - Trust Us (Take 9)
19 - Korn Ring Finger

Ouça gratuitamente no Spotify!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Caetano Veloso - Caetano Veloso (1969)


Êh tropicális
Salve Salve meus caros.
Nasceu em 1942 na Bahia, mais especificamente em Santo Amaro da Purificação, Caetano Veloso. Conhecido pela dupla com Gilberto Gil, é, em comparação com o parceiro, muito menos apaixonado por aquilo que foi feito na Inglaterra e nos EUA, sua música traz mais sonoridades brasieiras, apesar de não isentar-se das influências anglo-americanas (e olhe que esse é um dos cd's mais pesados em gringolância).
Em 1960 se mudou para Salvador onde aprendeu a tocar violão. Fez companhia a Tom Zé, a sua irmã Maria Bethânia e a Gilberto Gil em alguns eventos na sua juventude, eventos esses que o aproximaram da música. Seu primeiro trabalho musical foi a trilha da peça Boca de Ouro do escritor Nelson Rodrigues.
Foi lançado ao mundo da música por sua irmã Maria Bethânia e por Gal Costa, com a canção "Sol Negro". Em 1965 lançou seu primeiro EP com as músicas "Cavaleiro" e "Samba em Paz", o primeiro LP foi Domingo (1967), em parceria com Gal Costa, disco este de sonoridade bossa novista, de onde saiu seu primeiro clássico, "Coração Vagabundo". Nesse mesmo ano (1967) ficou em terceiro lugar no Festival da Música Brasileira da TV Record com "Alegria, Alegria", atrás apenas de "Ponteio" de Edu Lobo e "Domingo no Parque" de Gilberto Gil. Em 1968 lança o LP Caetano Veloso com algumas brilhantes músicas como "Tropicália", "Alegria, Alegria", "Clarice" e "Êles" entre outras.
Então em 1969 lança o álbum branco, pois é Caetano Veloso (1969) é essa capa branca aí em cima, nas gravações o violão era de Gilberto Gil, a guitarra de Lanny, o baixo de Sérgio Barroso, a Bateria de Wilson das Neves, no piano e órgão de Chiquinho de Moraes, tudo isso com arranjos e direção musical de Rogério Duprat.
O disco foi gravado por Gil pois o desempenho de Caetano no violão era considerado abaixo do profissional, foi gravado de forma completamente reclusa, dentro de casa. O disco trás músicas como "Irene" composta na prisão, "Os Argonautas", que entrou no álbum por indicação de Bethânia e traz uma certa sonoridade lusitana, presente em todo o álbum, "Atrás do Trio Elétrico", que parece um convite a todos que queiram juntar-se à tropicália e "Alfômega" a biruta, futurística e meio de garagem música de Gilberto Gil.
Belo disco do Caetano Veloso, um senhor cartão de visitas para quem acaba de chegar ao Saqueando.

Faixas:
  1. "Irene" 3:49
  2. "The Empty Boat" 4:15
  3. "Marinheiro Só" (Tradicional, versão: Caetano Veloso) 3:30
  4. "Lost In Paradise" 3:28
  5. "Atrás do Trio Elétrico" 2:46
  6. "Os Argonautas" 2:48
  7. "Carolina" (Chico Buarque) 2:38
  8. "Cambalaché" (Enrique Santos, Discépolo) 2:32
  9. "Não Identificado" 4:03
  10. "Chuvas de Verão" (Fernando Lobo) 2:51
  11. "Acrílico" (Caetano, Rogério Duarte, Rogério Duprat) 3:01
  12. "Alfômega" (Gilberto Gil) 5:58
's up! link nos comment

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Richard Cheese - Lounge Against The Machine (2000)


Qualquer semelhança lírica não é mera coincidência.
Eu normalmente digito textos voltados para o rock'n'roll, mesmo quando eu pus o Louis Prima eu busco um Jazzinho mais rock, provavelmente isso já foi percebido. Só que hoje eu vou falar de Jazz, Lounge Jazz e como bom "blogueiro" de rock'n'roll e da tropicália eu só posso falar de Jazz se for na brincadeira e não há ninguém melhor do que Richard Cheese para me ajudar nessa tarefa.
Richard Cheese, nome artístico de Mark Jonathan Davis, nascido em 1965 e o frontman do seu grupo de Jazz chamado Lounge Against The Machine, uma banda que faz sarcásticos covers de músicas do Pop, Metal, Hip-Hop, Rap e Punk de forma única. Ao melhor estilo Frank Sinatra e Tony Benett de ser a banda faz swingues.
Aquilo que faz do seu som algo hilário é a mistura do estilo crooner de cantar junto às lindas versões executadas por uma banda excelente entoando versos como "believe me / that shit was tight". Quanto à banda, Richard Cheese nos vocais, Bobby Ricotta no piano e teclado, Frank Feta na bateria e percussão e no baixo Billy Bleu faz um certo revezamento entre este, "Deep" Gordon Brie, Skip Neufchatal, Nacho and Waine String. O único membro fixo da banda é, de fato, o próprio Richard Cheese, mas o grupo já toco com diversos artistas, entre eles o irreverente Weird Al Iankovic.
O que trago hoje é o primeiro disco do artista, intitulado com o nome da banda, traz versões de artistas como Papa Roach, U2, Nirvana, Red Hot Chilli Peppers e vários outros.
Aproveite, acho que é simplesmente algo diferente, quando um músico diz ao abrir uma música "here's one for the ladies.." e canta Rape Me, porém vai além da simples irreverência, fica a dica.

Faixas:
  1. "Nookie" / "Break Stuff" (Limp Bizkit) 2:35
  2. "Guerilla Radio" (Rage Against The Machine) 2:15
  3. "Come Out And Play" (The Offspring) 2:43
  4. "Closer" (Nine Inch Nails) 2:21
  5. "Wrong Way" (Sublime) 2:15
  6. "Bullet The Blue Sky" (U2) 2:55
  7. "Creep" (Radiohead) 2:56
  8. "Last Resort" (Papa Roach) 1:40
  9. "Rape Me" (Nirvana) 1:55
  10. "What's My Age Again?" (Blink - 182) 1:23
  11. "Smack My Bitch Up" (The Prodigy) 1:55
  12. "Fight For Your Right" (Beastie Boys) 1:55
  13. "Only Happy When It Rains" (Garbage) 2:03
  14. "Suck My Kiss" (Red Hot Chilli Peppers) 0:56
  15. "Holiday in Cambodia" (Dead Kennedys) 1:43
  16. "The Rockafeller Skank" (Fatboy Slim) 2:05
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