domingo, 12 de abril de 2009

The Fuzztones & Sean Bonniwell - The People In Me/I'm Gonna Make You Mine (1998)

Uma das principais bandas revivalistas do rock de garagem sessentista que surgiu nos anos 80, os Fuzztones gravaram ao longo de sua carreira uma série de versões de clássicos da psicodelia garageira da segunda metade dos anos 60, entre eles Sonics, Haunted e Bolds. Porém, as músicas desse single aqui não são meros covers. São regravações valiosíssimas, uma vez que a banda toca acompanhada do gênio do gênero, Sean Bonniwell.
O lado A é "The People In Me", composta e gravada pelo próprio Sean em 1966 para o álbum "Turn On" do Music Machine enquanto o B, sem a participação de Bonniwell, é "I'm Gonna Make You Mine", do Shadows Of Knight, que mais parece uma reprodução piorada da música original.
Ainda assim, é uma obra interessante. Vale ser baixada pelo simples fato de estrelar o grande líder do Music Machine.

Lado A:
The People In Me

Lado B:
I'm Gonna Make You Mine

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sexta-feira, 10 de abril de 2009

Fever Tree - Fever Tree (1968)

"Nunca julgue um livro pela capa". Eu acho que eu passei minha infância inteira ouvindo tal frase. De fato, nunca julguei um livro pela capa. Mas esqueceram de me ensinar a não julgar um disco pela capa. Muito bem feito, por sinal. Feita a introdução, vou lhes contar como eu descobri o Fever Tree.
Lá estava eu, matutando pela internet, procurando sonzeiras novas, quando, de repente, topo com um post contendo uma banda de nome muito bacana e uma capa absolutamente linda. Ao ver aquela árvore psicodélica surgindo por trás dos membros da banda, eu não pensei duas vezes antes de baixar o álbum. Vocês, caros leitores, podem achar que eu estou sendo exagerado e dramático. Pois vocês em muito se enganam, Fever Tree é, de longe, uma das melhores bandas do cenário psych-folk de São Francisco que eu já tive a felicidade de conhecer. A qualidade e a originalidade das composições do grupo estão em tão perfeita sincronia com meus ouvidos que não há palavras para descrever o quanto eu apreciei esta obra.
O disco começa com "Imitation Situation 1", uma peça com excertos da "Toccata" de Bach, o que acabou dando um clima obscuro à canção (gostaria de pontuar que o cantor do grupo, Denis Keller, com seus vocais normalmente graves já é capaz de fazer isso sozinho, apesar de tudo). Ganham destaque também "San Francisco Girls" (que atingiu 91º lugar nas paradas americanas) e "Ninety-Nine and One-Half", com linhas de baixo e guitarras (por Bud Wolfe e Michael Knust respectivamente) muito à frente de seu tempo.
Outro grande ponto forte do disco é o 2 em 1 "Day Tripper/We Can Work It Out", uma versão "compacta" das canções dos Beatles que (sim, eu me atrevo a dizer isso), supera em muito as originais, apesar da pegada estar completamente diferente.
Fechando o disco, temos canções calmas como "Unlock My Door" e "Come With Me (Rainsong)". Um curioso fato sobre esta última faixa é que ela foi gravada durante uma tempestade, o que confere a ela uma harmonia impressionante.
É muito provável que você, caro leitor, não tenha lido esse texto, assim como eu fiz antes de baixar este álbum. Caso você tenha apreciado (ou não) a leitura, creio que não há dúvidas de que esteja na hora de clicar na palavrinha "Download" algumas linhas abaixo, não é mesmo?

Tracklist:
1. Imitation Situation (Toccata And Fugue)
2. Where Do You Go
3. San Francisco Girls (Return Of The Native)
4. Ninety-Nine And One-Half
5. Man Who Paints The Pictures
6. Filligree And Shadow
7. The Sun Also Rises
8. Day Tripper/We Can Work It Out
9. Unlock My Door
10. Come With Me (Rainsong)

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Focus - In And Out Of Focus (1970)

Muito bem, pessoal. O que temos aqui é algo novo, mas ainda assim velho e manjado. Ok, ok, eu admito. Não fiz muito sentido em minhas afirmações acima. Mas a história é a seguinte. Focus é uma banda muito famosa, graças ao seu grande hit "Hocus Pocus". Todavia, seu início de carreira foi outra história. Quer dizer. A faixa de abertura/encerramento, "Focus", é uma amostra do som característico da banda, muito harmônico e enraizado no jazz fusion, com pitadas de progressivo.
Mas "In And Out" não é nada disso. Para aqueles que conheceram o Focus depois de 1971, é realmente difícil imaginar composições vocais feitas pelo grupo. Mas o fato é que Thijs Van Leer é um cantor talentoso, e isso se mostra em "Sugar Island", uma infeliz crítica ao governo de Fidel Castro e "Black Beauty", uma bela peça, tanto em termos melódicos quanto poéticos. "Happy Nightmare (Mescaline)" narra uma viagem pelos efeitos alucinógenos do peiote, mas a beleza é tanta que até os mais puritanos esquecem desse fato e se deixam levar pela canção.
Nesse disco de estréia, os instrumentais não ficaram de fora. "Anonymous" mostra a excelente capacidade de composição de Thijs Van Leer e Jan Akkerman (um dos melhores guitarristas do mundo, na minha humilde opinião) em apenas 6 minutos. Já "House of The King" é a prova concreta de que simplicidade e beleza andam de mãos dadas.
Talvez um dos melhores álbuns de estréia da história do rock holandês, In And Out Of Focus não foi o responsável pela consolidação do Focus como um grupo respeitado, mas sim como uma chave a abrir as portas do sucesso para a banda.

Tracklist:
1. Focus (Vocal)
2. Black Beauty
3. Sugar Island
4. Anonymus
5. House Of The King
6. Happy Nightmare (Mescaline)
7. Why Dream
9. Focus (Instrumental)

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segunda-feira, 6 de abril de 2009

The Music Explosion - Sunshine Games/Can't Stop Now (1967)

The Music Explosion surgiu em Ohio na segunda metade da década de 60 e, como tantos outros grupos de rock contemporâneos seus, obteve um breve período de fama em função de uma única música de sucesso e logo caiu no esquecimento. Em termos mais sucintos, a banda é um típico "one-hit-wonder". O hit nesse caso é o bubblegum-pop "Little Bit O'Soul", que atingiu segundo lugar nas paradas americanas em 1967 e mais tarde foi incluída na coletânea Nuggets, principal motivo pelo qual o grupo ainda é lembrado.
Ainda em 67, o Music Explosion lançou seu único álbum. Porém, em toda sua existência, gravou cerca de 13 singles. Entre eles, vale destacar esse aqui, que traz de um lado "Sunshine Games", um pop bem embalado e psicodélico, duma linha parecida com a do Nazz, e de outro "Can't Stop Now", com fuzz, saxofones, backvocals e um órgão farfisa.
Não é um disco excepcional nem nada do tipo, mas é uma obra bacana e típica do pop da época.

Lado A:
Can't Stop Now

Lado B:
Sunshine Games

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domingo, 5 de abril de 2009

Clara Rockmore - The Art Of Theremin (1987)

Inventado em 1919 pelo russo Lev Sergeivitch Teremen, o Teremin foi um dos primeiros instrumentos completamente eletrônicos inventados. Porém, diferente da maioria, foi o primeiro projetado para ser tocado sem contato físico entre o músico e o aparelho. Sim, a música com o Teremin é feita com o mero movimento das mãos do operador no ar entre suas duas antenas: uma que regula o volume e outra, a altura do som. Mas mais do que seu modo de execução, o grande brilho do Teremin é seu timbre exótico, fantasmagórico e melancólico, que em muitos momentos pode ser confundido com a voz humana.
Introduzido na música popular no final dos anos 40 por Samuel Hoffman, só veio a ganhar maior destaque nos anos 60, quando foi usado pelos Beach Boys em "Pet Sounds". No fim da década, com a onda de experimentação da psicodelia, foi redescoberto, aparecendo em grandes álbuns do gênero, como em "Safe As Milk" de Captain Befheart & His Magic Band, no qual o próprio Samuel Hoffman toca o instrumento em grandes faixas como "Electricity" e "Autumn's Child". O Teremin também apareceu ao longo da história em trilhas sonoras de grandes filmes, como na feita por Bernard Hermann para o clássico "O Dia Em Que A Terra Parou", em 1951.
Mas sem dúvida uma das maiores intérpretes de todos os tempos do Teremin foi Clara Rockmore, por quem o próprio Lev Sergeivitch Teremen guardou um grande amor em vida, que conseguia como poucos operar a máquina. Ou, nas palavras de Albert A. Moog que ilustram a capa de seu álbum "The Art Of Theremin", de 1987, "No other thereminist has ever come close to Clara's Rockmore artistry". Este disco em questão é um tanto interessante, e funciona muito bem como uma apresentação do Theremin para um novo público, trazendo releituras de grandes compositores como Stravinsky e Tchaikovsky acompanhadas de piano.

Faixas:
1. Rachmaninoff: Vocalise
2. Song of Grusia
3. Saint-Saëns: The Swan
4. De Falla: Pantomime
5. Achron: Hebrew Melody
6. Wieniawski: Romance
7. Stravinsky: Berceuse
8. Ravel: Pièce en forme de Habanera
9. Tchaikovsky: Berceuse
10. Tchaikovsky: Valse sentimentale
11. Tchaikovsky: Sérénade mélancolique
12. Glazunov: Chant du ménestrel

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