segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Steam Kodok - 17 A-Go-Go Ultrarities From The 60's: Singapore and Southeast Asia Underground

Como já explica o subtítulo, "Steam Kodok" é uma coletânea de raras gravações de rock psicodélico provenientes do Sudeste Asiático na década de 60. No melhor estilo das coletâneas garageiras à lá Nuggets, o álbum reúne a nata das bandas 'underground' de Singapura, Tailândia e Malásia. Quer dizer, 'underground' só aos nosso olhos de ocidentais do século XXI, pois, a julgar pela qualidade do som, os grupos deviam ser (e eram) relativamente famosos em seus países de origem.
Apesar da proveniência exótica das faixas ser o grande apelo do álbum, são poucas e raras as marcas da cultura local em seu conteúdo. A maioria das músicas apenas imita um modelo americano/inglês de rock, só que cantado em língua oriental. O que não torna o disco pior, nem melhor. É tudo muito bom, mas pouco original, mais ou menos que nem a rapaziada da Jovem Guarda no Brasil (ó, dura vida de terceiro mundo...).
Há, porém, algumas exceções. A mais notável é, sem dúvidas, "I Am A Drummer", de King Drummer, que não tenta esconder suas origem singapurianas, mas também não perde a atitude roqueira. Já a sombria "Unknown", de Fox, tende para um lado mais experimental, acompanhada por gritos e gemidos que parecem miados de gato. Por fim, "Hu Pi Tzu Shau Hsiang", faixa inteiramente instrumental do The Quests, se aproveita da moda da cítara para assumir suas raízes orientais. De resto, são todas músicas muito boas, mas pouco surpreendentes.
E, ah, só mais um comentário final: o álbum teve uma versão em CD lançada em 2003, com 26 faixas ao invés de só 17. Conforme for, vou colocar link pras duas nos comentários. Bom, isso é tudo por hoje, pessoal.

Faixas:
1. Mungkir Janji - D4 Ever
2. Ikan Todak - Les Califas
3. Chock Chock Kundong - Mike Ibrahim & The Nite Walkers
4. Gembira Ria - Rosna & The Siglap Five
5. Unknown - Fox
6. Mak Itty Mai Illa - Kassim Slamat & The Swallows
7. Buttons and Bows - Ronnie Ong
8. Barabajagal - October Cherries
9. Nga Lompok A Go Go - Kassim Slamat & The Swallows
10. I'll Be Your Man - The Quests
11. Bad Looser - Naomi & The Boys
12. Senyum Selalu - Mike Ibrahim & The Nite Walkers
13. Hu Pi Tzu Shau Hsiang - The Quests
14. Bersedia - Ismail Haron & The Guys
15. I Wish You Would - The Dynamics
16. Runaway - The Antartics
17. Unknown - King Drummer

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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

The Turtles - EP (1967)


Formada em 1965 o The Turtles é outra banda americana e sessentista da Califórnia, originalmente chamados The Crossfires from The Planet Mars, ou simplesmente The Crossfires, eventualmente seriam chamados de The Tyrtles, algo entre The Beatles e The Byrds, mas no final ficaram com The Turtles mesmo.
Assim como o The Byrds a banda atingiu sucesso com um cover de Bob Dylan, o The Turtles gravou uma versão de "It Ain't Me", de 1964, que apareceu no disco The Other Side of Bob Dylan, a versão era bastante semelhante à original e foi o primeiro passo de sucesso do grupo.
O seu maior sucesso, entretanto é bastante conhecido por aí e se chama "Happy Together".
O disco postado hoje é um EP no qual foi lançado a tal música conhecidíssima e fica aqui de presente, traz muita influência do R&B americano, que também influenciaria muito o som inglês. Uma pegada meio Otis Redding com Beatles, sei lá. Bem bacana.
Em breve meu post de verdade dessa semana.
Um Jeff Beck, já que ele tá vindo pra cá.

Faixas:
  1. "So Happy Together" 2:53
  2. "We'll Meet Again" 2:28
  3. "Can I Get To Know You Better" 2:37
  4. "Like The Seasons" 1:51
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sábado, 21 de agosto de 2010

Big Mama Thornton - Stronger Than Dirt (1969)


Blues beibe.
Bom, grande parte dos artistas do rock foram influenciados por Chuck Berry no jeito de tocar guitarra, aprenderam com Jerry Lee Lewis e Little Richard como ser um frontman e por aí vai, mas de onde veio o estilo de cantar de Janis Joplin, Koko Taylor, Aretha Franklin e tantas outras? Bom, meus caros, veio desta grandiosa cantora e compositora Big Mama Thornton.
Nasceu no Alabama no dia 11 de dezembro de 1926 com o nome Willie Mae Thornton. Tal qual a maioria das cantoras de Blues começou a cantar na igreja, precisamente naquela em que seu pai era pastor e sua mãe e irmãos cantores. Aos 14 anos, em 1941 saiu de sua cidade após a morte de sua mãe e se juntou à Sammy Green's Georgia-based Hot Harlem Revue na qual cantou por 7 anos.
Em 1951 juntou-se à Peacock Recordings na qual gravou em 1952 o seu primeiro grande sucesso, muito conhecido ao redor do mundo na voz do rei Elvis Presley, "Hound Dog". O lado B deste disco era "They Call Me Big Mama", o single vendeu mais de 2 mi de cópias etc e tal. Curiosamente outra música teve o mesmo destino. Gravada a princípio por Big Mama, "Ball and Chain" foi um dos grandes sucessos de Janis Joplin.
Em 1966 e 1968 tocou no Monterrey Jazz Festival, apresentou-se também em 1952 no Apollo Theatre de Nova Iorque.
Em 1969, depois de alguns bons cd's incluindo Big Mama Thornton With The Muddy Waters Blues Band e alguns singles, lança o discaço de blues Stronger Than Dirt. O disco traz clássicos como as já citadas "Hound Dog" e "Ball and Chain", "Summertime" o clássico de George Gershwin. Essas três é previsível que estejam extraordinárias, mas eu gostaria de citar duas músicas também espetaculares: "Funky Broadway" e "Ain't Nothing You Can Do".
Uma artista elementar para a história da música popular mundial especialmente para a história do blues e do Rock'n'Roll.

Faixas:

01. Born Under a Bad Sign (3:44)
02. Hound Dog (2:25)
03. Ball And Chain (4:40)
04. Summertime (4:12)
05. Rollin' Stone (3:56)
06. Let's Go Get Stoned (4:30)
07. Funky Broadway (4:16)
08. That Lucky Old Sun (3:36)
09. Ain't Nothin' You Can Do (3:40)
10. I Shall Be Released (4:38 )

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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Renato Mendes - Electronicus: Música Brasileira Interpretada em Moog Synthesizer (1974)

Desenvolvido em 1963 pelo músico e engenheiro estadunidense Robert A. Moog, o Moog (pronuncia-se "mógue") é o mais popular tipo de sintetizador moderno. Apesar de muitas vezes confundido com órgãos elétricos, diferencia-se destes por apresentar uma capacidade criar inúmeros timbres, enquanto os órgãos apresentam um número limitado de tipos de sons possíveis.
O principal responsável pela introdução do tal instrumento no mercado musical foi Walter Carlos, que gravou o clássico "Switched-On Bach" (1968), além da trilha sonora do filme Laranja Mecânica (1971). Já no rock, o Moog teve sua vez no progressivo, nas mãos do tecladista Keith Emerson, da banda Emerson, Lake & Palmer.
E na MPB, como fica a história? Pois é, meus senhores... O que trago aqui hoje está entre as primeiras investidas de brasileiros em álbuns só de sintetizadores, tendo sido antecedido apenas pela "Banda Elétrica", de 1973.
Gravado em 1974, "Electronicus", disco do desconhecido Renato Mendes (não consegui achar nada sobre o cara, se alguém tiver informações dá um toque aí), traz interpretações em Moog de faixas clichês da música brasileira, como "Desafinado" e "Tarde em Itapoan". Não se trata de uma obra-prima, nem nada do tipo, mas é muito divertido. Da forma que é usado aqui, o sintetizador dá às músicas um tom bem-humorado e debochado, com qualquer coisa de circense, assassinando o charme de belas canções como "A Banda".
Bom... No fim das contas, "Electronicus", por mais que possa ser interessante, é um disco bem meia-boca. Admito que só tô publicando porque o post tava rascunhado há muito tempo e fiquei com pena de excluí-lo. Aí vai.

Faixas:
1- A Noite do Meu Bem
2- A Banda
3- Menina
4- Tristeza
5- Balanço Zona Sul
6- Tarde em Itapoan
7- Bolinha de Sabão
8- Desafinado
9- Marcha da 4a. Feira de Cinzas
10- A Tonga da Mironga do Kabuletê

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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Doces Bárbaros - Doces Bárbaros (1976)


Êh laiá.
Hoje é um discaço. Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia se juntaram em 1976 para fazer uma turnê, a banda chamada Doces Barbáros ainda tem Tomás Improta tocando piano, ARnaldo Brandão no baixo, Perinho Santana na guitarra, Chiquinho Azevedo na bateria, sax e flautas tocados por Tuzé Abreu e Mauro Senise e Djalma Corrêa na percussão.
A banda teve seu fim proclamado em Florianópolis quando Gilberto Gil for preso por porte de maconha. É um grande disco de muita influência hippie e tropicalista. São especiais "Pé Quente, Cabeça Fria", 'Fé Cega Faca Amolada", "Chuckberry Fields Forever" e muitas outras. O disco foi bastante reprovado na época do seu lançamento por ser acusado de portar um som escapista e festivo em demasia para a época. Uma pena.
Além do disco, gravado ao vivo, por sugestão de Maria Bethânia e Gal Costa, rolou um documentário de Jom Tob Azulay.
"pé quente e cabeça fria", falou, fica este de brinde aí.

Faixas:
  1. "Eu e Ela Estávamos Ali Encostados na Parede" - 4:13
  2. "Esotérico" - 4:11
  3. "Eu Te Amo" - 3:00
  4. "O Seu Amor" - 4:29
  5. "Quando" - 4:15
  6. "Pé Quente, Cabeça Fria" - 3:19
  7. "Peixe" - 3:18
  8. "Um Índio" - 4:43
  9. "São João, Xangô Menino" - 4:32
  10. "Nós, Por Exemplo" - 4:06
  11. "Os Mais Doces Bárbaros" - 1:16
  12. "Os Mais Doces Bárbaros" - 6:43
  13. "Fé Cega Faca Amolada" - 5:31
  14. "Atiraste Uma Pedra" - 4:00
  15. "Pássaro Proibido" - 4:41
  16. "Chuckberry Fields Forever" - 5:25
  17. "Gênesis" - 8:48
  18. "Tarasca Guidon" - 7:31
Barbaridade! nos comments fica o link

domingo, 15 de agosto de 2010

Captain Beefheart & His Magic Band - Safe As Milk (1967)

Cara, me caiu agora a ficha de que não tem Captain Beefheart no Saqueando a Cidade. Falha gravíssima, devo dizer.
Don Van Vliet, o Beefheart, sempre foi uma criança criativa. Segundo o próprio, quando não estava por aí com seu melhor amigo Frank Zappa, estava trancado no quarto pintando e tinha de ser alimentado por um buraco na porta. É de se esperar, portanto, que suas composições sejam, no mínimo, excentricas. Pois é, camarada leitor, são sim, mas não perdem o brilho. Aliás, muito pelo contrário! São um exemplo a ser seguido em termos de experimentalismo, blues e psicodelia.
Em 1968, Beefheart formou a Magic Band e lançou o primeiro de muitos álbuns recheados de insanidades: Safe as Milk. O ar disciplinado do grupo na capa do disco e nos encartes garantiam um tom de requinte, pompa e circunstância em meio aos músicos junkies da década de sessenta. Para a surpresa geral do público, o interior da fruta é mais exótico do que o esperado. A pérola abre com a bluezeira "Sure Nuff 'n Yes I Do", sonzasso movido a slide guitar. "Zig Zag Wanderer" dá uma acelerada bastante surtada no ritmo do disco, que acaba diminuindo com "Call On Me". Dropout Boogie é mais uma doidera, bem ritmada e um pouco repetitiva, mas ainda assim interessante.
Mas vejam bem, não é só de excentricidades que o Capitão e sua trupe vivem. "I'm Glad" é uma balada bem soul, com uns back vocals bem transcedentais, realmente bem agradável e apaixonante. "Electricity", por outro lado, exala criatividade, especialmente pelo uso do theremin para os efeitos de fundo. A seguir, "Yellow Brick Road", uma interpretação satírica do universo de Oz, com um hilário tom infantilóide. O ponto alto do disco é "Abba Zaba", peça bizaríssima sobre um babuíno faminto e assassino. Destaque aqui para a percussão e as cordas, que dão à música um tom meio oriental.
"Plastic Factory", "Where's That Woman", "Grown So Ugly" e "Autumn's Child" encerram esta obra de arte, levando o som para algo um pouco menos freak, mas de igual qualidade. Vale citar também as faixas bônus, completamente despirocadas, excêntricas e indescritíveis. "On Tommorow", em especial, é uma bluezeira instrumental praticamente alucinante!
Como já deve ter ficado claro, é uma obra necessária para qualquer um que goste de música decente. E pros que não gostam também, vale a pena conferir. Beefheart é o ouro dos anos sessenta, não há porque não ouvir.
E tenho dito!

Faixas
1 - Sure 'Nuff 'n Yes I Do
2 - Zig Zag Wanderer
3 - Call On Me
4 - Dropout Boogie
5 - I'm Glad
6 - Electricity
7 - Yellow Brick Road
8 - Abba Zaba
9 - Plastic Factory
10 - Where There's Woman
11 - Grown So Ugly
12 - Autumn's Child
13 - Safe as Milk (Take 5)
14 - On Tomorrow
15 - Big Black Baby Shoes
16 - Flower Pot
17 - Dirty Blue Gene
18 - Trust Us (Take 9)
19 - Korn Ring Finger

Ouça gratuitamente no Spotify!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Caetano Veloso - Caetano Veloso (1969)


Êh tropicális
Salve Salve meus caros.
Nasceu em 1942 na Bahia, mais especificamente em Santo Amaro da Purificação, Caetano Veloso. Conhecido pela dupla com Gilberto Gil, é, em comparação com o parceiro, muito menos apaixonado por aquilo que foi feito na Inglaterra e nos EUA, sua música traz mais sonoridades brasieiras, apesar de não isentar-se das influências anglo-americanas (e olhe que esse é um dos cd's mais pesados em gringolância).
Em 1960 se mudou para Salvador onde aprendeu a tocar violão. Fez companhia a Tom Zé, a sua irmã Maria Bethânia e a Gilberto Gil em alguns eventos na sua juventude, eventos esses que o aproximaram da música. Seu primeiro trabalho musical foi a trilha da peça Boca de Ouro do escritor Nelson Rodrigues.
Foi lançado ao mundo da música por sua irmã Maria Bethânia e por Gal Costa, com a canção "Sol Negro". Em 1965 lançou seu primeiro EP com as músicas "Cavaleiro" e "Samba em Paz", o primeiro LP foi Domingo (1967), em parceria com Gal Costa, disco este de sonoridade bossa novista, de onde saiu seu primeiro clássico, "Coração Vagabundo". Nesse mesmo ano (1967) ficou em terceiro lugar no Festival da Música Brasileira da TV Record com "Alegria, Alegria", atrás apenas de "Ponteio" de Edu Lobo e "Domingo no Parque" de Gilberto Gil. Em 1968 lança o LP Caetano Veloso com algumas brilhantes músicas como "Tropicália", "Alegria, Alegria", "Clarice" e "Êles" entre outras.
Então em 1969 lança o álbum branco, pois é Caetano Veloso (1969) é essa capa branca aí em cima, nas gravações o violão era de Gilberto Gil, a guitarra de Lanny, o baixo de Sérgio Barroso, a Bateria de Wilson das Neves, no piano e órgão de Chiquinho de Moraes, tudo isso com arranjos e direção musical de Rogério Duprat.
O disco foi gravado por Gil pois o desempenho de Caetano no violão era considerado abaixo do profissional, foi gravado de forma completamente reclusa, dentro de casa. O disco trás músicas como "Irene" composta na prisão, "Os Argonautas", que entrou no álbum por indicação de Bethânia e traz uma certa sonoridade lusitana, presente em todo o álbum, "Atrás do Trio Elétrico", que parece um convite a todos que queiram juntar-se à tropicália e "Alfômega" a biruta, futurística e meio de garagem música de Gilberto Gil.
Belo disco do Caetano Veloso, um senhor cartão de visitas para quem acaba de chegar ao Saqueando.

Faixas:
  1. "Irene" 3:49
  2. "The Empty Boat" 4:15
  3. "Marinheiro Só" (Tradicional, versão: Caetano Veloso) 3:30
  4. "Lost In Paradise" 3:28
  5. "Atrás do Trio Elétrico" 2:46
  6. "Os Argonautas" 2:48
  7. "Carolina" (Chico Buarque) 2:38
  8. "Cambalaché" (Enrique Santos, Discépolo) 2:32
  9. "Não Identificado" 4:03
  10. "Chuvas de Verão" (Fernando Lobo) 2:51
  11. "Acrílico" (Caetano, Rogério Duarte, Rogério Duprat) 3:01
  12. "Alfômega" (Gilberto Gil) 5:58
's up! link nos comment

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Richard Cheese - Lounge Against The Machine (2000)


Qualquer semelhança lírica não é mera coincidência.
Eu normalmente digito textos voltados para o rock'n'roll, mesmo quando eu pus o Louis Prima eu busco um Jazzinho mais rock, provavelmente isso já foi percebido. Só que hoje eu vou falar de Jazz, Lounge Jazz e como bom "blogueiro" de rock'n'roll e da tropicália eu só posso falar de Jazz se for na brincadeira e não há ninguém melhor do que Richard Cheese para me ajudar nessa tarefa.
Richard Cheese, nome artístico de Mark Jonathan Davis, nascido em 1965 e o frontman do seu grupo de Jazz chamado Lounge Against The Machine, uma banda que faz sarcásticos covers de músicas do Pop, Metal, Hip-Hop, Rap e Punk de forma única. Ao melhor estilo Frank Sinatra e Tony Benett de ser a banda faz swingues.
Aquilo que faz do seu som algo hilário é a mistura do estilo crooner de cantar junto às lindas versões executadas por uma banda excelente entoando versos como "believe me / that shit was tight". Quanto à banda, Richard Cheese nos vocais, Bobby Ricotta no piano e teclado, Frank Feta na bateria e percussão e no baixo Billy Bleu faz um certo revezamento entre este, "Deep" Gordon Brie, Skip Neufchatal, Nacho and Waine String. O único membro fixo da banda é, de fato, o próprio Richard Cheese, mas o grupo já toco com diversos artistas, entre eles o irreverente Weird Al Iankovic.
O que trago hoje é o primeiro disco do artista, intitulado com o nome da banda, traz versões de artistas como Papa Roach, U2, Nirvana, Red Hot Chilli Peppers e vários outros.
Aproveite, acho que é simplesmente algo diferente, quando um músico diz ao abrir uma música "here's one for the ladies.." e canta Rape Me, porém vai além da simples irreverência, fica a dica.

Faixas:
  1. "Nookie" / "Break Stuff" (Limp Bizkit) 2:35
  2. "Guerilla Radio" (Rage Against The Machine) 2:15
  3. "Come Out And Play" (The Offspring) 2:43
  4. "Closer" (Nine Inch Nails) 2:21
  5. "Wrong Way" (Sublime) 2:15
  6. "Bullet The Blue Sky" (U2) 2:55
  7. "Creep" (Radiohead) 2:56
  8. "Last Resort" (Papa Roach) 1:40
  9. "Rape Me" (Nirvana) 1:55
  10. "What's My Age Again?" (Blink - 182) 1:23
  11. "Smack My Bitch Up" (The Prodigy) 1:55
  12. "Fight For Your Right" (Beastie Boys) 1:55
  13. "Only Happy When It Rains" (Garbage) 2:03
  14. "Suck My Kiss" (Red Hot Chilli Peppers) 0:56
  15. "Holiday in Cambodia" (Dead Kennedys) 1:43
  16. "The Rockafeller Skank" (Fatboy Slim) 2:05
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The Neville Brothers - Yellow Moon (1989)


Talvez a Louisiana fique para sempre na mente dos mais leigos como um estado americano cheio de caipiras sem graça. Muito se enganam, pois sua maior cidade não só é povoada de um povo simpaticíssimo como também é a grande capital do R&B, do Soul e do Jazz. Embora não tenham atingido grande projeção fora do meio americano, os Funky Brothers de Nova Orleans (alcunha dada para os Neville Brothers) sempre foram um grupo influente e competente no que faziam.
Com 12 anos de estrada musical nas costas, a família lança o que veio a ser seu melhor e mais famoso álbum: Yellow Moon. À beira dos anos noventa, o Blues e o Soul são sentidos na pele pelo ouvinte da obra. A mistura de ritmos é agradável e emocionante. Trata-se de uma experiência única.
O disco abre com uma batucada tribal em homenagem aos irmãos sofredores da África e do Haiti, "My Blood". Não creio que eu tenha palavras melhores pra descrever esta peça senão "lamento tocante para Jah". Em seguida, a faixa título (e talvez a melhor do álbum), "Yellow Moon". Aqui, o sax soprano ganha um destaque especial logo na introdução, dando um clima meio oriental à canção. Imagino que mereçam destaque também "Sister Rosas" - tentativa arriscada e bem sucedida de produção de um rap facilmente digestível -, "With God On Our Side", "Ballad of Hollis Brown" - ambas versões competentes das originais de Dylan, com muito mais sentimento na voz, evidentemente - e "Voodo", peça que retoma o caráter tribal oculto do soul já citado anteriormente.
Ops, quase me esqueço de falar de "A Change Is Gonna Come", belo R&B escrito por Sam Cooke, num ritmo lento, perfeito para amantes e a finalíssima "Wild Injuns", funkzeira no melhor estilo James Brown. Sinceramente, se eu tivesse que definir o bom Soul em três palavras, estas seriam "The Neville Brothers".
E eu tiro meu chapéu pra quem não gostar disso.

1. My Blood
2.Yellow Moon
3. Fire And Brimston
4. A Change Is Gonna Come
5. Sister Rosas
6. With God On Our Side
7. Wake Up
8. Voodoo
9. The Ballad Of Hollis Brown
10. Will The Circle Be Unbroken
11. Healing Chant
12. Wild Injuns

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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Mystic Minds - Mind Over Matter (1975)

Trio californiano de veteranos da Guerra da Coréia, o Mystic Minds gravou apenas este álbum, que, em função da pequena prensagem que teve, logo caiu no esquecimento e tornou-se raridade. Produção independente, "Mind Over Matter" é um legítimo disco de garagem, que combina elementos da psicodelia com o funk. Seria, porém, só mais um entre muitos de seu gênero se não fosse um inusitado elemento-surpresa: o Brass Orchestra Cabinet, complexo instrumento musical criado pelos próprios membros da banda.
Apresentada na faixa inicial, "It's Real", como um piano de 'crazy horn sound', a bizarra geringonça que os caras desenvolveram nada mais é do que uma espécie de órgão acoplado de uma série de cornetas e trompetes no lugar de tubos. O resultado é um instrumento com essa (ou essa) cara e um timbre similar ao de uma buzina. Interessante, no mínimo.
Após as devidas introduções na canção de abertura, o grupo continua o disco com músicas de aspecto parecido: guitarras, brass orchestra cabinet, órgão hammond, num clima bem funky e com qualquer coisa de "Green Onions" do Booker T. & MG's. A única que se diferencia é a faixa "Fungus Among Us", que tem um pé mais fundo no Soul.
Ah sim, só mais um detalhe: pode ser que você encontre este álbum por aí creditado não ao Mystic Minds, mas ao Mysterious Minds. Não se preocupe, é a mesma banda. Como os dois nomes constam na capa do LP original, ambos são válido. Adotamos o primeiro pela maior uso. Bom, basta de falatório da minha parte. Fiquem com o disco.

Faixas:
1. It's Real
2. Welfare to Unemployment
3. Funky Business Games
4. Clean Up Your Act
5. Power Of The Mind
6. Fungus Among Us
7. Can You Hear Me

Link para download nos comentários, minha gente.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

The Meters - Look-Ka Py Py (1970)


Sem palavras.
Eu já disse no post do Osmium que na década de 70 cresceu muito nos EUA o estilo musical Funk.
Em 1965, em Nova Orleans (Louisiana) o tecladista, vocalista e frontman Art Neville, depois de tentar carreira solo como pianista, formou o grupo The Meters. Juntou-se ao guitarrista Leo Nocentelli, ao baixista George Porter Jr. e ao baterista Joseph "Zigaboo" Modeliste e temos uma das mais influentes bandas de funk de todos os tempos.
Após a banda formada tornaram-se banda de estúdio de Allen Toussaint, proprietário da gravadora (que tem vários nomes, mas aqui vamos com) Sansu Enterprises e quem viria a produzir discos tanto do The Meters quanto do Dr. John.
Então lançaram seu primeiro disco, intitulado The Meters, apenas em 1969, no disco dois clássicos da banda, "Cissy Strut" e "Sophisticated Cissy". O disco inaugural da banda traz aquilo que o Funk tem de melhor, ilnhas de guitarra simples, cheias de groove, bateria e baixo pegados, ritimados e com muito feeling, mas o que o Meters traz de melhor é o órgão, senhoras e senhores, é um dos melhores trabalhos em cima do instrumento que eu já tive a oportunidade de escutar. As notas de Art Neville borbulham e fazem a cabeça pirar.
Em 1970 lançam um dos melhores discos de Funk, na minha opinião é claro, o Look-Ka Py Py. Funk delicioso. Uma sonzeira incrível, basicamente sem vocais, igual ao primeiro disco, o Meters traz aquilo a que se propôs e faz melhor que a maioria. Extremamente acima da média são "Look-Ka Py Py", faixa título do disco, considerada um clássico do funk, "Yeah, You're Right" também é sensacional, mas eu não consiguiria parar nas acima da média, já que todas meio que são.
Funkeadíssimo o som dessa banda que já acompanhou nomes como Dr. John e Paul McCartney e abriram shows nas Turnês dos Stones em '76, na Tour of The Americas e Tour of Europe.
Genial.

Faixas:
  1. "Look-Ka Py Py" 3:18
  2. "Rigor Mortis" 2:36
  3. "Pungee" 3:00
  4. "Thinking" 1:41
  5. "This Is My Last Affair" 2:54
  6. "Funky Miracle" 2:28
  7. "Yeah You're Right" 2:45
  8. "Little Old Money Maker" 2:41
  9. "Oh Calcutta!" 2:44
  10. "The Mob" 2:49
  11. "9 'Til 5" 2:45
  12. "Dry Spell" 2:29
  13. "Grass" 2:41
  14. "Borro" 2:10
Funkeira de primeira bem commentada.

domingo, 1 de agosto de 2010

[Sublime Frequencies 031] Omar Souleyman - Highway to Hassake: Folk And Pop Sounds Of Syria (1994-2006)

Praticamente desconhecido no ocidente, Omar Souleyman é sucesso absoluto na Síria e arredores. Fazendo o som que alguns chamam de "syrian techno" (ou "jihadi techno"), síntese entre o pop e a música folclórica de seu país, o cantor iniciou sua carreira em 1994 e já dois anos depois conseguiu seu primeiro hit, a canção "Jani". De lá pra cá, lançou mais de quinhentas álbuns em cassete com suas músicas, tanto de gravações em estúdios quanto ao vivo.
Acompanhado até hoje pelos mesmos artistas que o seguiam há 15 anos atrás, Omar conta em sua banda com versões amplificadas de instrumentos tradicionais como o Úd (pai oriental do Alaúde europeu) e o Saz (instrumento de cordas também conhecido como Baglama), além de tipos árabes de teclado e percussão. Há também o poeta Mahamoud Harbi, que, segundo a lenda, nos shows, põe-se fumando ombro-a-ombro com Souleyman e, de vez em vez, recita-lhe novos versos no ouvido. O cantor, no calor do momento, inclui os versos na música, empolgando a platéia que dança o Dabke (tipo de dança do oriente médio cuja a tradução quer dizer, literalmente, "bater os pés no chão").
Enfim, acontece que Omar só veio ganhar projeção no ocidente a partir de 2006, quando a gravadora americana Sublime Frequencies (já apresentei-a em outros posts) organizou este primeiro disco, "Highway to Hassake", compilação de seus principais sucessos. Nos anos seguintes, vieram mais dois álbuns, "Dabke 2020" e "Jazeera Nights" e agora, em 2010, o cantor está em turnê pela Europa.
Aos interessados, aqui está, então, a estrada para Hassake. Trata-se de um caminho que pode ser duro para os nossos ouvidos ocidentais, principalmente em músicas muito agitadas e poluídas como "Leh Jani" e "Dabke 2001". Mas outras faixas mais calmas e dramáticas, como "Atabat" e "Jalsat Atabat" podem ser digeridas mais facilmente. De qualquer forma, é um som bem exótico. É ouvir pra saber.

Faixas:
1. Leh Jani
2. Jani
3. Dabke 2001
4. Atabat
5. Arabic Dabke
6. Alkhatiba Zaffouha
7. Jalsat Atabat
8. Alshikhani
9. Toul Al Zeenah
10. Bashar Ya Habib Al Shaab
11. Don't Wear Black, Green Suits You Better
12. Atabat (2)
13. Jani (2)

Link para o download nos comentários.

Luiz Gonzaga - Canta Seus Sucessos Com Zé Dantas (1959)


Som de cabra macho.
Na minha terra, Pernambuco (sério), em Exu, nasceu um sanfoneiro arretado em 1912 no dia 13 de dezembro, filho de Januário dos Santos e Ana Batista de Jesus, seu nome é Luiz Gonzaga. Só, nada de Januário dos Santos, como seus oito irmãos. Foi com seu pai, que consertava e tocava acordeão que Gonzaga aprendeu a tocar o instrumento. Antes mesmo da adolescência já acompanhava seu pai em bailes, forrós e festas. Aos 18 anos entrou no exército e viajou pelo país, em Minas Gerais conheceu Domingos Ambrósio, conhecido tocador de acordeão que lhe ensinou sobre música.
Em 1939 decidiu sair do exército e se dedicar à música. Tentou a princípio ganhar a vida tocando sambas, choros, fox e algumas músicas estrangeiras que nunca deram a ele sucesso. Até que no programa de Ary Barroso tocou "Vira e Mexe", depois do contrato com a rádio nacional também veio a idéia de torná-lo o personagem que toca vestindo roupas regionais, no caso dele roupa do vaqueiro.
Nesse tempo aí grandes parcerias como o compositor Humberto Teixeira, com o qual escreveu "Asa Branca". Mas essa parceria fica para outro dia. Hoje é o cd de músicas compostas com Zé Dantas entre elas "Xote das Meninas", "Vem Morena" e uma que me agrada peculiarmente que é "O Forró de Mané Vito".
Junto a Zé Dantas o Gonzagão tornou o baião um estilo musical de sucesso no Brasil. Belo trabalho, influenciado Gilberto Gil, Tom Zé, Dominguinhos e infinitos outros que prezem pela boa música brasileira.
Fica a dica.

  1. "Sabiá" 2:29
  2. "O Xote Das Meninas" 2:54
  3. "Vem Morena" 3:20
  4. "A Volta da Asa Branca" 2:47
  5. "A Letra I" 2:26
  6. "O Forró de Mané Vito" 2:15
  7. "A Dança da Moda" 3:07
  8. "Riacho do Navio" 2:39
  9. "Vozes da Seca" 2:43
  10. "Cintura Fina" 2:34
  11. "Algodão" 2:40
  12. "Paulo Afonso' 2:46
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