domingo, 6 de janeiro de 2013

The Chocolate Watchband - The Inner Mystique (1968)


No dia do aniversário de 5 anos do Saqueando a Cidade (rapaz, quanto tempo, hein?), nada como comemorar com velhos conhecidos, não é mesmo? A bola da vez é o The Inner Mystique, álbum da Chocolate Watchband lançado em 1968, um ano depois da estreia do grupo com No Way Out.
Expoentes do rock psicodélico de garagem da Califórnia, o conjunto trazia consigo várias influências que ficaram caracterizadas em sua sonoridade, sendo que o blues e o soul predominavam na maioria de suas canções. O disco, que foi posto à venda nas lojas numa época em que a criatividade no cenário do rock florescia à torto e à direito, se destacou dentre os demais pelo diferenciado tempero oriental que algumas músicas acabaram recebendo (graças às cítaras e sopros no lado A do vinil), pela bela - e tanto quanto dadaística - arte de capa e, é claro, pela competência dos músicos em produzir um som que fosse mais do que somente um rock de garagem com claras características da cena de São Francisco. Pelo bom humor também, diga-se de passagem: a contracapa do vinil trazia agradecimentos a pessoas inesperadas, como "Mark Twain", "Alice of Wonderland", "King Henry IV", "Bilbo Baggins", "Gandalf", "Wolfgang Amadeus Mozart" e por aí vai...
Das oito faixas da obra, somente duas, Voyage Of The Trieste e Inner Mystique, compostas pelo produtor do grupo, Ed Cobb, são originais. Ambas integram a primeira parte do álbum, caracterizada por sons que remetem a um transcendentalismo similar ao dos Beatles com Tomorrow Never Knows ou ao dos Stones com Gomper. Aliás, por falar nos Beatles e nos Stones, é nas versões - muito boas, por sinal - de outras bandas que algumas influências ficam evidentes. Enquanto In The Past, canção do We The People, lembra muito o estilo dos garotos de Liverpool, I'm Not Like Everybody Else (gravado pela primeira vez pelos Kinks e depois por mais uma boa renca de gente - dentre eles o Sacred Mushroom, que também tem disco aqui no Saqueando) poderia muito bem ter sido cantada por Sir Mick Jagger.
Fechando o conjunto de belas homenagens feitas pelos músicos californianos, há Medication, dos Standells, em uma pegada bem blues-rock; Let's Go, Let's Go, Let's Go, de Hank Ballard & The Midnighters; uma versão um pouco mais densa de Baby Blue, do eterno Dylan e, para encerrar com estilo, uma explosão de psicodelia e agressividade proto-punk na redenção de I Ain't No Miracle Worker, dos igualmente garageiros Brogues.
O fato de serem escassas as composições próprias não torna o disco menos interessante, muito pelo contrário: a audição é até que bem agradável e deve animar os fãs mais ferrenhos dos bons Nuggets sessentistas. Diferentemente do que pode parecer, não é mais do mesmo. O Chocolate Watchband foi suficientemente eficiente para dar uma nova cara àquilo que poderia parecer batido - e isso é um mérito. Não vou dizer que supera o No Way Out, mas, mesmo assim, continua sendo um discão que vale a ouvida.

Faixas:
1. Voyage of The Trieste
2. In The Past
3. Inner Mystique
4. I'm Not Like Everybody Else
5. Medication
6. Let's Go, Let's Go, Let's Go
7. Baby Blue
8. I Ain't No Miracle Worker

Links nos comentários, povo.
E parabéns pro Saqueando!

Um comentário:

Bonniwell de Magalhães disse...

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