Marcado pela sociedade, o retorno às ruas foi um desafio para Volta Seca, que casou-se e foi morar no Nordeste. Entretanto, após um convite do cineasta Lima Barreto para criticar o filme "O Cangaceiro" em São Paulo, Antônio dos Santos mudou-se para o Sudeste, onde conseguiu emprego em uma ferrovia. Tendo ganhado maior destaque na mídia após esse evento, o ex-cangaceiro conseguiu gravar, pela Continental, o presente álbum.
Com instrumentação do maestro Guio de Moraes, o disco conta com oito canções populares do bando de Lampião, todas assinadas por Volta Seca. Em ritmo de baião e acompanhado por zabumba, triângulo, sanfona e vocais de fundo, Antônio dos Santos solta sua voz trêmula e doída em cada uma das músicas. Algumas delas são bem conhecidas, como "Acorda Maria Bonita", sempre usada para despertar o bando, e "Mulher Rendeira", que aqui aparece com os mesmos versos cantados na ocasião em que os cangaceiros invadiram a cidade de Mossoró. Outras, menos, como as líricas "A Laranjeira" e "Se Eu Soubesse".
Entre uma faixa e outra, há ainda curtos trechos de narração de Paulo Roberto, o então apresentador da Rádio Nacional. Neles, o radialista dá as devidas introduções às canções, explicando-as com um tom romanceado característicos dos anos 50.
Enfim, sem mais delongas, o que temos aqui não é um disco qualquer! É nada mais nada menos que uma legítima preciosidade da cultura e história do Nordeste brasileiro e, por que não?, uma genuina expressão da arte humana mundial. Viva o cangaço!
Faixas:
1- Acorda Maria Bonita
2- A Laranjeira
3- Ia Pra Missa
4- Mulher Rendeira
5- Se Eu Soubesse
6- Sabino e Lampeão
7- Escuta Donzela
8- Eu Não Pensei Tão Criança
Linque para o dáunloude nos comentário, ô cabra da peste.