terça-feira, 7 de setembro de 2010

Monsueto Menezes - Mora na Filosofia dos Sambas de Monsueto (1962)

Carioca da extinta Favela do Pinto, Monsueto Menezes foi uma peculiar figura da cultura popular brasileira dos anos 50 e 60. Com um metro e oitenta de altura e inquestionável bom-humor, fez fama como comediante em quadros de programas rádio e TV, atuou em 17 filmes (nacionais e estrangeiros) e ainda ganhou, no fim de sua curta vida, respeito como pintor primitivista. Porém, o que lhe garantiu entrada para a história foi, sem sombra de dúvidas, seu talento musical.
Sambista da melhor categoria, Monsueto foi, antes de um bom cantor, um grande compositor. Não à toa, suas melhores canções foram eternizadas nas vozes de outros intérpretes. É o caso dos clássicos "Me Deixa Em Paz", gravado por Milton Nascimento em "Clube da Esquina", e "Mora Na Filosofia", que Caetano gravou no álbum "Transa". Entretanto, na ocasião do lançamento dessas duas versões, em 1972, Monsueto já era há muito um artista consagrado, cujo auge da carreira já tinha inclusive ficado pra trás (viria a falecer no ano seguinte).
Pois é, falemos logo então da carreira do cara... Menezes começou a vida artística nos anos 40 tocando bateria em conjuntos como a Orquestra do Copacabana Palace. Em 1952 teve sua primeira canção gravada: "Me Deixa em Paz", na voz de Linda Batista. Daí em diante, foi ganhando destaque como compositor e passou a ser sucesso nos carnavais e shows cariocas. Assim, em 1962, já consagrado, Monsueto gravou seu único álbum, que trago aqui hoje.
Em "Mora na Filosofia dos Sambas de Monsueto", o sambista interpreta a nata de sua obra em uma série de embalados pout-pourris. As letras, quase sempre bem-humoradas, transitam principalmente entre temas amorosos (em especial a dor de corno), mas não só ("Lamento da Lavadeira" e "Fogo no Morro", por exemplo, têm certo cunho social). É possível ainda ouvir, entre as paradas e breques, Monsueto exclamando algumas das gírias que cunhou e/ou popularizou em seus quadros de TV na época, tais quais "ziriguidum", "diz!", "castiga..." e, é claro, "morou?".
Enfim, trata-se de um grande álbum, bom pra chacoalhar os quadris, mas talvez um pouco repetitivo para ser ouvido de cabo a rabo em função da maior parte das faixas repetir uma forma muito parecida de samba. Resta agora que você more no disco. Boa sorte.
(Ah... Procurei por cenas do Monsueto na TV no youtube e não achei nada de relevante senão um vídeo dele cantando "Ziriguidum" com a Elza Soares. Se alguém tiver algum registro melhor, deixa nos comentários, por favor! Valeu)

Faixas:
1. Bateria e solo de percussão
2. Mora na Filosofia/Couro do Falecido
3. Tá Pra Acontecer/Levou Fermento
4. Me Empresta Teu Lenço/Me Deixa em Paz
5. Rua Dom Manuel/Senhor Juíz
6. A Fonte Secou
7. Copacabana de Tal/Esse Samba Tem Parada
8. Água e Azeite/Na Menina dos Meus Olhos
9. Lamento da Lavadeira/Na Casa de Antônio Jób
10. Nó Molhado/Morfeu
11. Segunda Lua de Mel/Fogo no Morro
12. Eu Quero Essa Mulher Assim Mesmo

Link nos comentários, morou?

2 comentários:

Caio disse...

http://www.4shared.com/file/67815736/73de0ee0/Monsueto_Menezes_-_1962_-_Mora_na_Filosofia_dos_Sambas_de_Monsueto.html

Caio disse...

http://sharebee.com/aa4888ac