terça-feira, 27 de abril de 2010

Rafael Castro - Estatuto do Tabagista (2009)


Boa tarde meus queridos.
"Pra que se meter com o tesão que nós sentimos?" diria o nosso novo disco.
A peça que eu lhes ponho à disponibilidade é um disco de um sujeito que é, na minha opinião um dos melhores músicos de São Paulo (estado, no caso) da atualidade. Saindo de São Paulo (agora cidade) pela Rodovia Castelo Branco, passando por Osasco, Barueri e Botucatu, e mais algumas dezenas de quilômetros à frente, pela Rodovia Marechal Rondon você chega à Lençóis Paulistas, cidade onde reside Rafael Castro, compositor e produtor, baixista, baterista, guitarrista e cantor que faz tudo isso em casa. Um roquenrou ácido, de humor satírico e carregado em influências sessentistas e setentistas, melodias cheias de groove e soul são libertadas por letras leves e cômicas dos mais diversos temas que irão no mínimo te intrigar se não lhe fizerem gostar demais desse cara. Trabalhos que oscilam do sertanejo no disco Raiz (2009) ao Rock&Roll influenciado por Hendrix e Page mostram a variedade de sons e conhecimentos desse cara que pode nos dar muitas outras alegrias com o tempo.
O disco que vou tentar ler aqui é o Estatuto Tabagista de 2009 o mais recente trabalho do artista do interior. A primeira música é "Gente de Quem?" cujo a guitarra te faz lembrar dos guitarristas já citados aqui, os solos do inglês dos Yardbirds e do Zeppelin e batidas funkeadas do americano da Experience e da Band of Gypsies. Os vocais misturando agudos e graves são uma marca desse brilhante sujeito de Lençóis Paulista. A seguir uma música chamada "Inimigo" que fala em sua letra sobre o medo de alguém que pode te assustar, uma sonoridade bem brasileira, e ao mesmo tempo características dos Beatles fluem em solos de guitarra e nos vocais. "Canapés" é um roquenrou também "beatliano", o órgão lembra "Don't Let Me Down" do disco Past Masters vol. 2, e ao mesmo tempo é conservado um vocal bem calmo, brasileiro na língua, a música também conserva as tradicionais mudanças de toada de música brasileira que Os Mutantes usavam e abriram os olhos do mundo para poder fazer esse tipo de brincadeiras, como, por exemplo, uma música da qual eu falei nesse blog posts atrás, "Hey Boy".
Peço atenção de todos vocês, meus caros para as letras que não serão decorridas nesse post por pura preguiça de quem lhes fala. Além disso, gostaria de ressaltar a qualidade das composições que entre melodias bonitas e jeitosas enredam histórias brilhantes de uma mente genial do cenário musical atual.
A música em seguida "Culpa, Abraço, Roupa, Coca-Cola" é um roquenrou de bateria invocada e guitarras funkeadas e tropicalistas que hão de lembrar o som dos Secos & Molhados, no latinismo, mas ao mesmo tempo quebra a moleza do som da banda de Ney Matogrosso e forma uma sonzeira setentista sensacional e irradiante, pesada de tanto groove e soul que leva, misturada com o vocal único do compositor formando talvez a melhor música do álbum que encerra em um senhor grito e solo. Mais adiante "Esse Negócio de Se Preocupar" fala dos esforços desperdiçados de alguém em um roquenrou bem maluco que parece ter um acordeon ao fundo, uma música brilhante de fraseados que ficam presos na memória, um solo que parece remeter à década de 80 mas muda e fica classudo, junto ao riff e ao som do acordeon ventando ao fundo. Em seguida "Ser" é um Jazz roquenrou, um jazzinho, para se dizer assim, meio misturado com tango, um solo de piano a là George Gershwin deixam a música mais curiosa ainda nessa mirabolante, brilhante genial mistura de sons que provam que não é mais uma banda de garagem que imita, por exemplo, The Sonics. "Por Não Ter Mais o Que Fazer" é um lento roquenrou manhoso com um órgão bem limpo ao fundoe uma solos de guitarra precisos, parece um pouco soar como o nome da música, parecem céticas puxadas de orelha de alguém que cansou e assim terminou seu disco.
Pode não ser a maior obra de todos os tempos, mas é claramente um álbum que traz no prazer, alegria e risos à face de qualquer um, além de te tirar da cadeira em algumas músicas, e me traz grandes esperanças, depois da tropicália a música no Brasil lutou para ser o pior o possível, mas quem sabe agora no final da primeira década de um milênio novas sonzeiras estão surgindo e como saqueador deste blog me sinto obrigado a divulgar a vocês.
O link abaixo é um acesso ao site que apoia o Rafael Castro [www.rocknbeats.com.br] e eu não sei muito sobre o site em si. mas eu baixei o som de lá. baixa você também.


Faixas
  1. "Gente De Quem?" (Rafael Castro) 3:14
  2. "Inimigo" (Rafael Castro) 3:22
  3. "Canapés" (Rafael Castro) 3:28
  4. "Culpa, Abraço, Roupa, Coca-Cola" (Rafael Castro) 4:12
  5. "Esse Negócio de Se Preocupar" (Rafael Castro) 2:55
  6. "Ser" (Rafael Castro) 2:03
  7. Por Não Ter Mais o Que Fazer (Rafael Castro) 4:15


Download nos Comments, como dita a tradição

ATENÇÃO, PARA OS MAIS AGRADADOS AQUI, OU QUEM QUISER OUVIR O SUJEITO AO VIVO!
na terça feira dia 4 de março no Tapas Club Rafael Castro e Os Monumentais (até onde eu sei é um belo power trio)
R. Augusta, 1246
São Paulo - SP, 01304-001
(0xx)11 3231-3705

Um comentário:

Lampeão disse...

http://www.rocknbeats.com.br/download-discos-independentes/rafaelcastro_oestatutodotabagista/