terça-feira, 4 de maio de 2010

Gal Costa - Gal Costa (1969)


Salve salve meus caros! Como vão todos?
Aparentemente eu sou o único saqueador que sobrevive ao passar do tempo nesse blog onde ninguém mais posta. (Quem sabe com essa pequena afronta meus colegas trabalham mais...).
Bom, novamente vou tomar como ponto de partida um dos maiores marcos da história da música brasileira, a tropicália, e, em especial, o disco Tropicália ou Panis et Circencis (1967). Normalmente não é preciso dizer, mas como este é um blog informativo, nada didático e que gosta de divulgar música boa, vou dizer. Esse álbum (Panis et Circencis) é um marco porque é a concretização da tropicália, participaram do disco os maiores gênios da música popular brasileira, Gilberto Gil e Caetano Veloso, comparados normalmente a Lennon e McCartney pela wikipedia em português, Os Mutantes, dos quais eu não preciso falar para quem me acompanham há algum tempo, Rogério Duprat, o nosso George Martin (Produtor do disco Sgt Peppers) e, por fim, e de quem eu gostaria de falar nesse post, a cantora Gal Costa.
Nascida em 1945 em Salvador é uma das cantoras mais influentes da música brasileira, talvez a de maior alcance vocal e uma das maiores intérpretes que esse pobre país sob o Equador já produziu.
Depois do lançamento do Panis et Circencis cada músico participante do projeto partiu para a sua idéia, e não podia ser diferente com a menina baiana. Em 1969 Gal Costa lança o seu primeiro disco solo de estúdio, intitulado Gal Costa, que seria um disco cheio até a última faixa de influências do movimento Tropicalista e a cantora que dois anos atrás encantou o público com um jeitinho de cantar a là João Gilberto explodiu.
O disco começa com a música "Não Identificado" que diz ao ouvinte como será o disco, cheio de psicodelias e belíssimos arranjos feitos por Rogério Duprat e Gilberto Gil. A seguir o roquenrou brasileiríssimo "Sebastiana" é uma sonzeira com percussão de xaxado (é assim que se escreve isso?), violão pegado, bateria invocada e um vocal que não tem como ficar mais nordestino quando a cantora cita cada vogal do alfabeto. A próxima faixa é "Lost in Paradise" uma letra em inglês de Caetano Veloso que é um jazz tupi guarani sem igual, os arranjos de Duprat são sensacionais, transforma jazz em funk e em jazz.
"Namorinho de Portão" do gênio Tom Zé começa com uma guitarra digna dos Mutantes e olha, vou dizer aqui, de saqueador para quem lê, puta merda que lição de arranjo, em comparação com o Duprat só dá o George Martin e olhe lá, enfim, a música é um baita roqenrou, só baixa pra curtir, que isso infelizmente não se vê mais no Brasil. "Saudosismo" é mais uma famosa letra de Caetano Veloso arranjado também pelo gênio Duprat, brilhantemente cantada pela Gal, é um samba cantado como se nascesse uma flor, a voz linda de Gal Costa que desponta como uma das mais brilhantes cantoras do Brasil. Em seguida dois roquenrous barato total, "Se Você Pensa" do Rei Roberto e do Tremendsão é tocado aqui com um Crying Baby alucinante e arranjos de metais sensacionais com um invocado vocal da Gal Costa e também "Vou Recomeçar" uma incrível versão também da dupla da Jovem Guarda que foi reinventada pelos gênios do Brasil. "Divino Maravilhoso" é outro grande som brasileiro, os backing vocals e os arranjos de violão fazem uma sonzeira que é exatamente aquilo que busca a tropicália, a música brasileira perfeitamente mesclada com as influências americanas e britânicas, perfeito. A próxima faixa é "Que Pena", o dueto com Caetano Veloso se repete após a incrível sintonia que rolou no Panis et Circencis (1967). Em seguida vem "Baby", música que ficou famosa na voz da grande Gal Costa, de baixo pegado e violão bem marcado, percussão brasileiríssima e um arranjo de cordas de Duprat que sai de baixo meu caro. "A Coisa Mais Linda Que Existe" é a penúltima música do disco; uma bateria de samba com os metais fazendo as vezes do jazz e a guitarra de samba formam a perfeita união do dois estilos musicais típicos, só que os fraseados dos saxofones, trombones e trompetes também pesam um soul à música e por final o baixo continua bem marcado. Deus e o Amor é um sambaço, cara.. eu escuto cada disco enquanto eu faço o post, e é sensacional a sensação, eu to demorando pra fazer esse post por que eu tenho vontade de pular da cadeira, dançar, aprender a tocar a música... como diria Gal Costa na última música, eu vou me molhar, é de genialidade sem igual.
E aqui eu me toco, que eu praticamente não falei sobre a Gal Costa cantando, e acho que isso é desnecessário, eu falei sobre os arranjos e digo mais, a Gal CANTA PRA CARALHO, em todas as faixas, dos mais diversos jeitos.
"A Coisa Mais Linda Que Existe" é ter esse disco perto de mim, acho que depois de tudo o que eu disse você deve estar cansado e sem dar a mínima para o download, mas... isto é, se é que você leu... só que eu acho que é uma obra prima, enfim, merece por ser de uma brasilidade incrível, eu pelo menos cresci ouvindo a Gal, só que cantando as músicas do mano Tom Jobim, aqui ela é mais Gal Costa, aqui ela é mais Brasil.

Faixas:
  1. "Não Identificado" (Caetano Veloso) 3:19
  2. "Sebastiana" (Rosil Cavalcanti) 2:25
  3. "Lost In The Paradise" (Caetano Veloso) 2:25
  4. "Namorinho de Portão" (Tom Zé) 2:34
  5. "Saudosismo" (Caetano Veloso) 3:10
  6. "Se Você Pensa" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos) 3:15
  7. "Vou Recomeçar" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos) 3:25
  8. "Divino Maravilhoso" (Caetano Veloso e Gilberto Gil) 4:20
  9. "Que Pena" (Jorge Ben) 3:35
  10. "Baby" (Caetano Veloso) 3:33
  11. "A Coisa Mais Linda Que Existe" (Gilberto Gil e Torquato Neto) 4:00
  12. "Deus e o Amor" (Jorge Ben) 3:05
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2 comentários:

Lampeão disse...

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Lampeão disse...

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