terça-feira, 20 de julho de 2010

Wes Montgomery - A Day in The Life (1967)

John “Wes” Montgomery nasceu em 1928, lá em Indianópolis, Indiana. Tinha irmãos que tocavam jazz (Buddy e Monk), mas só se interessou por música com seus 19 anos. Com essa idade, começou a praticar guitarra, estudando sozinhos, de forma autodidata. Diz a lenda que John ouvia e memorizava solos de Charlie Christian (um dos não muitos guitarristas de renome da dita “era do swing”, de quando o jazz era tocado por big bands como a de Count Basie ou de Benny Goodman, com quem, inclusive, Charlie Christian tocou), que foi uma de suas grandes influências. O dom era tanto que em seis meses John já tocava profissionalmente, quando Lionel Hampton o chamou para fazer um som com sua orquestra.
Uma das influências mais importantes de Wes foi o também guitarrista belga Django Reinhardt, cofundador do Quinttete du Hot Club de France. O som de Wes nasceu, portanto, em algum lugar entre o swing do jazz norte-americano e o tom cigano do jazz europeu quase revival de Django Reinhard. Por ser autodidata, Wes desenvolveu uma nova técnica para a guitarra, trocando, por exemplo, a palheta por seu polegar direito, o que tornou mais único ainda.
Um ano antes de sua morte, Wes lançou o disco cá presente: “A Day in The Life”, que concretizou o seu nome como guitarrista de pop-jazz, por mais que esse termo me soe inapropriado, pois ele não jogou fora o blues, apenas guardou-o no bolso. Bom, a grande novidade é Beatles jazzsificado nas faixas tema e na “Eleonor Rigby”, ambas com arranjo ora orquestrado com direito a violinos e cellos, ora jazz com pianos em síncopes e bongos dando o swing latino. São álbuns como esse que deveriam ser postos no gênero jazz-clássico. O disco também, encontra baladas que lembram o jazz revival com longa orquesta como “When a Man Loves a Woman” e faixas que fora desse disco seriam facilmente classificadas junto com Cal Tjaber ou Dizzy Gillespie, por ser bem latina, como em “Windy” ou “Watch what Happens”, sendo essa quase uma bossa nova.
A fórmula de tocar Beatles em jazz também foi experimentada por George Benson, em “The Other Side of Abbey Road”, tendo este uma grande influência de Wes. Cabe citar uma relação estrondosa entre a forma da capa dos dois discos.
Bom, atualmente ouvimos atualmente grandes figuras como Steve Ray Vaughan, Pat Metheny ou até Jimi Hendrix, mas muitas vezes nos esquecemos do jazz que os influenciou. E esse o elo dessa ligação foi Wes Montgomery.
Aproveite!

Faixas:
1. A Day in the Life
2. Watch What Happens
3. When a Man Loves a Woman
4. California Nights
5. Angel
6. Eleanor Rigby
7. Willow Weep for Me
8. Windy
9. Trust in Me
10. The Joker

linqueno comnetáerio

3 comentários:

Batistti disse...

http://www.mediafire.com/?gdm3m3mmlez

Lampeão disse...

mutcho loco

Anônimo disse...

Ouvi no youtube. O som é da hora, mas o link está quebrado.